Vargas e Nelson Hungria. O STF, FHC e Gilmar
Saiu no Globo interessante perfil de Nelson Hungria, assinado por Chico Otávio, um dos últimos remanescentes da categoria profissional “repórter” nas Organizações (?) Globo.
(Foi Chico quem apagou a luz do Eduardo Cunha que iluminava Furnas.)
A íntegra do perfil está aqui:
Nelson Hungria, um nome que até hoje é a consciência do STF
Ao tomar posse no cargo de desembargador do Tribunal de Apelação do antigo Distrito Federal, em 1944, o jurista Nelson Hungria disse que um juiz, antes de consultar os manuais da doutrina ou as revistas de direito, deveria se aconselhar “com a própria consciência” em suas decisões. Pelo menos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao votar no julgamento do Mensalão, fizeram mais do que isso: consultaram o próprio Nelson Hungria, cujo legado, 43 anos depois de sua morte, continua orientando e influenciando os embates nos tribunais de Justiça espalhados pelo Brasil.
(…)
Mineiro de Além Paraíba, Hungria foi delegado de polícia, juiz e desembargador antes de assumir cadeira no Supremo, onde ficou de 1951 a 1961. Ingressou na escola de direito aos 13 anos, diplomando-se aos 18 na antiga Faculdade Nacional de Direito (RJ) e só não seguiu a carreira política em Rio Pomba, município mineiro perto de sua cidade, porque foi derrotado por apenas um voto.
Mais tarde, professor de Direito, quase pôs a perder uma aguardada promoção a desembargador quando criticou a repressão desencadeada pelo governo Vargas à revolução paulista de 1932. Hungria não sabia que, entre os alunos que o ouviam, estava Alzira Vargas, filha do presidente. Semanas depois, após figurar numa lista de nove pretendentes ao cargo, surpreendeu-se ao saber que fora escolhido por Vargas, por influência de sua aluna, Alzira.
O amigo navegante pode assim comparar a argila em que se moldaram Vargas, Lula e Dilma, com a de Fernando Henrique Cardoso.
O Farol de Alexandria anunciou que ia por fim à Era Vargas.
Não pôs.
Entre outros tantos projetos fracassados.
E, na hora de nomear ministros do Supremo, aí, sim, rompeu com Vargas de forma irremediável.
(Imagine, amigo navegante, se Nelson Hungria falasse mal da privatização diante de um filho do FHC ? Seria nomeado Ministro do Supremo ?)
Fernando Henrique mandou para o Supremo Nelson Johnbim, que participou da armadilha do grampo sem áudio – quando exibiu uma babá eletrônica – para derrubar Paulo Lacerda e salvar da forca o pescoço do Daniel Dantas, símbolo-máximo da Privataria Tucana.
Mandou Ellen Gracie, que criou a súmula vinculante "Dantas não é Dantas, mas Dantas".
E Gilmar Dantas (*), que assim entrou para a História da Magistratura Ocidental.
Lula e Dilma mandam ao Supremo ministros que votam contra o PT.
Como Vargas.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…