O papel do Supremo. O mensalão e Dantas
O ansioso blogueiro passava pela região do Parlamento em Londres, quando se viu diante de um dos prédios da Suprema Corte de Justiça da Grã Bretanha.
É o Judicial Committee of the Privy Council, onde Daniel Dantas, aquele apanhado no ato de subornar um agente federal, segundo o jornal nacional, foi irremediavelmente derrotado em ações movidas por Luiz Roberto Demarco.
Ali se provou e condenou Dantas por fabricar e movimentar contas em seu banco, em paraísos fiscais.
Segundo a Suprema Justiça da Rainha, ele é um fraudador, um 171 barato, medíocre.
Fraude que, aparentemente, ele voltou a praticar em parceria com o detrito sólido de maré baixa, quando “reportagem” co-assinada por Marcio Aith “provou” que o Presidente Lula e seu Ministro da Justiça, Thomaz Bastos, tinham contas secretas em paraísos fiscais.
O detrito sólido explicou que, como não podia desmentir as “informações” obtidas com Dantas, achou que deveria publicá-las.
E o Robert(o) Civita ainda está solto !
Viva o Brasil !
Ali naquele prédio discreto, que a imponência do Parlamento parece ofuscar, há um poema inscrito em pedra, como a registrar eternamente o que o povo inglês espera de sua Máxima Justiça.
Diz mais ou menos assim:
“ ... mil anos de justiça se erguem aqui atrás – carregam o peso do direito e da liberdade, conferidos com isenção e o senso de dever... Novas estruturas surgem mas a velha pétrea fundação garante que a luz da razão se derrama sobre todos, igualmente.”
De Andrew Motion, Poeta Laureado em 1999-2000.
Ao copiar as palavras de Motion, voltou ao ansioso blogueiro a certeza de que a Máxima Justiça brasileira não absolverá Dantas pela terceira vez, e vai devolver legitimidade à Operação Satiagraha.
Em tempo: aqui neste Privy Councial seria inconcebível um banqueiro condenado duas vezes manipular a Justiça para tentar calar um jornalista.
Paulo Henrique Amorim