“Quero ver o STF condenar o Dirceu”
Os ministros do STF que consideram que houve “compra de votos” e não “caixa dois” conseguiram entrar para a História – do PiG.
Especialmente o Ministro decano Celso de Mello, que não proferiu um voto, mas um discurso de palanque.
“De palanque”, porque, como se sabe, o objetivo do PiG (*) foi plenamente alcançado: o relator condenará Dirceu na véspera da eleição.
Como disse o Marcos Coimbra, o STF já teve mais pudor.
Logo, não houve Caixa Dois em Minas.
Se e quando julgar o mensalão de Minas, Eduardo Azeredo sairá, provavelmente, como vítima de um mal-passo do Marcos Valério.
E todos a ele, Marcos Valério.
O STF já re-inventou o que podia re-inventar.
A tal ponto que este julgamento não deixará uma migalha de jurisprudência.
O bônus por volume, por exemplo.
O que o STF decidiu sobre as relações das agências do Marcos Valério com a Visanet não se aplica à Globo.
A Globo fará a sua própria jurisprudência, como conseguiu marcar a data do julgamento do Dirceu.
Como, de início, já retirou do Supremo os membros ilustres e imaculados do mensalão de Minas, que foram devidamente fatiados para instâncias (lentas) inferiores.
Falta condenar a Dilma, o Lula e o Dirceu.
Porque, no momento em que condenar o Dirceu, pelas mãos impolutas do Procurador Geral, o das tênues provas, o PiG vai para cima da Dilma.
Não adianta a Dilma ter 90% de popularidade.
O Jango caiu com idêntica popularidade, como disse o Antonio Lavareda ao Mauricio Dias.
Para condenar o Dirceu, o Supremo vai ter que rebolar, demonstrou o Ministro Lewandowski.
O Conversa Afiada quer ver o Supremo condenar o Dirceu.
Com as tênues provas ?
Ou, como disse o general paraguaio de uma charge do Bessinha, o STF já deveria ter dado esse Golpe brasiguaio há mais tempo.
Demora muito.
Corre o risco de ficar desmoralizado – pelas eleições.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.