Dirceu vai ser algemado. Em Salém
O PiG (*) parece aqueles fanáticos das feiticeiras de Salém.
Cento e cinquenta endemoniados que tentavam instalar práticas excepcionais no ambiente medieval da Massachusetts do século XVII foram implacavelmente condenados por juízes isentos e apartidários.
Mestres da temperança e da sensatez.
Os fanáticos se rejubilavam com o sacrifício dos ímpios.
Como os pigânicos mervais de hoje.
A condenação de Marcos Valério à suave pena de 40 anos faz imaginar a reação do Daniel Dantas e do Dr Roger Abedelmassih: quá, quá, quá !!!
Na verdade, é pouco.
Marcos Valério deveria ser condenado a contar o que sabe.
Contar tudo.
Não essa balela de que o Lula era o chefe da quadrilha.
Contar quem pagava ele na Brasil Telecom.
Contar quem pagava ele na Telemig Celular.
Perdido por 40, perdido por mil.
Fala, Valério !
O Conversa Afiada sugere que o Supremo Tribunal de Salém condene o Dirceu à prisão perpétua.
E que seja imediatamente algemado, a despeito da Súmula Vinculante do Ministro (Color de) Mello, que, logo após as duas prisões do Daniel Dantas, determinou que as algemas, na prática, só fossem empregadas, como hoje, em pobres, pretos e p...
Com o julgamento de Salém, os petistas passaram a fazer companhia aos pobres, aos pretos e às p...
Sendo assim, sugiro que o Procurador Geral, esse símbolo da retidão Moral da nossa Magistratura, o implacável investigador do Demóstenes e do Cachoeira, ele mesmo algeme o Dirceu.
Vá a Vinhedo, num helicóptero da Globo, e algeme o Dirceu, diante do Ataulfo de Paiva Merval.
Será uma cena mais chocante do que todas as que Arthur Miller concebeu.
De preferência, leve uma fogueira.
O Projac pode ir buscar no lixão.
E, se o Conversa Afiada pudesse sugerir, que o Dirceu levante as algemas nos pulsos e mostre, em close-up, para a câmera da Globo.
E deixe os pulsos parados no ar, imóveis, por trinta segundos.
Será a melhor pena aos fanáticos de Salém.
O mundo gira e a Lusitana roda.
Os juízes de Salém entraram para a História.
Arthur Miller também.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.