Fux redefine a "democracia". A política é um jogo "desenfreado"
O ansioso blogueiro extrai trecho da colona (*) do Ataulfo Merval de Paiva, com todos os riscos que ali se inscrevem:
O discurso de Fux foi uma defesa de um papel mais ativo do Poder Judiciário "na solução de questões socialmente controversas como reflexo de uma nova configuração da democracia, que já não mais se baseia apenas no primado da maioria e no jogo político desenfreado". Nesse sentido, "apresenta-se a Corte como mais um instrumento catalizador de aspirações e interesses relevantes, sendo que seu peculiar modo de enfrentamento das questões polêmicas, técnico, imparcial e motivado, estimula aqueles que não concordam com determinada orientação a aceitá-la e cumpri-la – trata-se, portanto, de legitimidade democrática".
Portanto, para o Ministro Fux, não é a maioria nem o jogo político desenfreado que definem a Democracia.
É o Supremo que confere ao regime sua "legitimidade democratica".
Estamos fritos !
Vem aí o Golpe Paraguaio.
A Dilma foi eleita no "jogo político desenfreado".
A maioria não conta nada.
O que vale é o Supremo , "técnico, imparcial" .
O Supremo já nos tinha revelado um neo-Maquiavel, o ex (ufa !) Presidente Ayres Britto, que sugeriu que as coalizões se extinguissem imediatamente após a eleição.
Uma ideia tão estapafurdia que o professor Wanderley Guilherme dos Santos sugeriu que fosse amplamente difundida.
Agora, temos o Ministro Fux a re-escrever Tocqueville.
O discurso, portanto, instala não a "Democracia na América", mas a "Democracia no Globo".
Porque é isso mesmo o que a Elite brasileira quer.
Revogar o poder da maioria eleita no jogo desenfreado da política.
E entregar o Governo ao Supremo que a Globo controla, segundo as sábias palavras do Governador Tarso Genro, outro desenfreado, eleito pela desprezível maioria dos gaúchos.
Como Tocqueville, o Ministro Fux, data venia, não passa de um guitarrista.
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.