Celso rasga a Constituição. Maia, resista !
O ministro decano – o de vários Mellos num só Celso - se achou no direito de cassar o mandato do Genoíno.
Com isso, a votação no Supremo se tornou 5 a 4.
E instalou-se a crise institucional.
O Supremo se investiu da função reservada na Constituição ao Congresso.
Celso de Mello, aquele que ainda tem por votar uma ação sobre a Globo -, se contradisse.
E tentou se defender do indefensável: que, antes, tinha protegido o mandato de um vereador com a mesma Constituição que agora rasgou.
Não é de surpreender: o ministro decano, agora algoz implacável do mensalão (o do PT), foi um dos construtores do mensalão do Governo Sarney, segundo seu então chefe, Saulo Ramos.
E tente, nesta segunda-feira, reescrever a Constituição para abrigar a flexibilidade de seu caráter.
A Constituição que está aí previa juízes de outra envergadura.
O julgamento do mensalão ( o do PT) exige, sim, de fato, uma outra.
Escrita pelo Carlos Medeiros Silva, ou seu dileto discípulo, Gilmar Dantas (*).
Pena que novo Ministro Zavascki não tenha votado, já que, na audiência no Senado, repetiu o que está cristalinamente na Constituição: quem cassa mandato de representante do povo são representantes do povo.
Espera-se, agora, que o presidente da Câmara, Marco Maia, reestabeleça a ordem constitucional.
E devolva o Supremo e o ministro decano ao devido lugar.
E a crise institucional se travará no PiG (**) e, não, na vida real.
Quantas divisões têm o Supremo ?
Vai fechar a Câmara ?
Justiça não faz Lei.
Caracteriza-se, assim, de forma inequívoca, o caráter excepcional do julgamento do mensalão (o do PT).
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.