Gurgel ataca Renan com o relógio do Ayres
Saiu no Globo, o 12.o voto no Supremo:
Procurador-geral da República apresenta denúncia contra Renan Calheiros
BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou na última sexta-feira denúncia contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que desde 2007 é investigado em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).
Oficialmente Gurgel não comenta o teor do inquérito, por estar sob segredo de justiça (sic), mas pessoas próximas ao procurador confirmaram que a denúncia trata das notas fiscais frias que Renan supostamente apresentou em 2007 para justificar seu patrimônio. Se o Supremo aceitar a denúncia, o inquérito será transformado em ação penal e Renan — que é o candidato favorito na eleição de fevereiro para a presidência do Senado — se tornará réu.
(...)
Como se vê, Gurgel não comenta o teor do inquérito.
Mas, o teor do inquérito vaza para todos os membros do PiG (*).
Como suspeita o senador Fernando Collor, quando interessa, a Procuradoria Geral da República tem mais buraco que queijo suíço.
O inquérito está nas mãos o brindeiro Gurgel desde 2007.
Cinco anos depois, na véspera de Calheiros disputar a Presidência do Senado, num acordo com a Presidenta Dilma Rousseff, em cima da hora, o brindeiro Gurgel tira a “denúncia” da gaveta.
Impressionante a cronologia.
Só comparável à do Ayres Britto, que usou um relógio implacável e conseguiu condenar o Dirceu no exato momento em que os eleitores de São Paulo tinham que escolher entre o Cerra e o Haddad.
Parecia um Big Ben de Aracaju !
É o mesmo relógio de que agora se serve o brindeiro Gurgel – que fala fino com a Privataria e engrossa a voz com tudo o que venha do lado da Dilma e do Lula.
Não é à toa que o Bessinha parece tão desapontado...
Ele talvez desconfie de que, breve, o brindeiro Gurgel, que levou tanto tempo para investigar o Demóstenes, vai mandar processar o Lula.
Tudo por conta de valiosas “informações” do Valeriodantas, esse que o Supremo e o PiG entronizaram no mesmo Panteão dos Heróis da Pátria, ao lado do Thomas Jefferson.
Viva (a Justiça d)o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.