Vale Cultura: 20% vão pra Globo
A Presidenta Dilma sancionou em dezembro o benefício de R$ 50 mensais a trabalhadores que ganhem até cinco salários mínimos e trabalhem em empresas que aderirem ao programa chamado "Vale Cultura".
Dos R$ 50, R$ 45 serão financiados pelo contribuinte, através de renúncia fiscal.
Os outros R$ 5, pelo trabalhador ou sua empresa.
Que beleza !, dirão os filhos do Roberto Marinho, aqueles que não têm nome próprio e que vivem num Brasil em permanente choque com o Brasil do Ademar.
E por que estarão eles tão felizes ?
Porque, segundo consta, o trabalhador poderá usar o Vale para assinar tevê paga, a cabo.
Para ver filme americano, séries americanas e documentários americanos.
E produtos made in Globo.
A Globo, quer dizer, a Globosat - dizem amigos navegantes de empresas americanos no cabo brasileiro - cobra valores abusivos por conteúdo, ou seja, produtos que são obrigadas a comprar da Globo, por contrato leonino.
Valores que não se cobram em lugar nenhum do mundo (civilizado).
No Brasil, como se sabe, está por fundar-se uma instituição que se poderia chamar de CADE.
Esses amigos navegantes calculam que dos R$ 45 a que o Governo Federal renunciar no Vale Cultura, por baixo, 20% serão destinados ao bolso dos filhos do Roberto Marinho.
Quer dizer, eu, você, amigo navegante, e a torcida do Fluminense a pingar dinheiro no cofrinho dos filhos do Roberto Marinho, para pagar o salário do Ataulfo Merval (*) e da Urubóloga.
Não terá sido por isso que o então ministro Juca Ferreira e a valente deputada do PCdoB do Rio, Jandira Feghali lutaram para conseguir que o trabalhador tivesse acesso à Cultura.
Para reforçar o caixa da empresa que lidera o Golpe.
Viva o Brasil (da Globo) !
E, não, o Brasil do Ademar ...
Paulo Henrique Amorim
(*) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.