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Dilma esculacha a Comissão da Meia Verdade

Que inveja da Argentina ! Ah, se o Brasil tivesse um, basta um Ernesto Sábato !
publicado 29/03/2013
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Saiu no Globo:

Dilma cobra mais resultados do trabalho da Comissão da Verdade

•    Presidente quer ações e depoimentos que sensibilizem a opinião pública
•    Júnia Gama
BRASÍLIA — Vítima de tortura durante a ditadura militar, a presidente Dilma Rousseff não está satisfeita com os resultados alcançados até agora pela Comissão Nacional da Verdade, e cobrou uma mudança de rumos nos trabalhos do colegiado. Em conversas recentes com integrantes do grupo, Dilma exigiu mais resultados concretos e que sensibilizem a opinião pública, já que pouco do que está sendo feito vem sendo divulgado. A principal intervenção da presidente foi no sentido de pedir que a comissão investisse mais nos depoimentos públicos de familiares, como forma de promover uma “catarse nacional”, como mostrou na quinta-feira a coluna Panorama Político. Alguns focos de resistência na comissão a esse tipo de atuação desagradaram ao Palácio do Planalto, que acompanha de perto os trabalhos. Só este ano, Dilma já teve reuniões reservadas com Cláudio Fonteles e com Paulo Sérgio Pinheiro.

O próximo passo da comissão, que deverá causar comoção nacional, será atuar junto à Justiça brasileira para que autorize a exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, deposto e exilado pelo golpe militar. A exumação já foi autorizada pelos familiares de Jango, que acusam os governos militares na América do Sul, no âmbito da Operação Condor, de terem assassinado o ex-presidente em 1976. Um juiz uruguaio requisitou a exumação, e o governo brasileiro concordou com o pedido.

Navalha

Se depender dos tucanos da Comissão da Meia Verdade, ela vai trabalhar em sigilo conciliar, submersa e, no final, numa sessão com chá e torradas, o presidente Paulo Sergio Pinheiro, em voz baixa e embargada, lerá um resumo conciso e discreto das conclusões.

Num estilo que cabe aos diplomatas de curso internacional.

Quase mudo.

Anti-catártico !

O evento se realizará no iFHC, às 23h45 de uma sexta-feira.

São os tucanos da moderação, da cautela, do bom senso, os Patriarcas da Conciliação.

O líder da bancada tucana na Comissão é o advogado José Carlos Dias – clique aqui para ler “Juiz tira um sarro do Cerra” -, que passou pelo Ministerio da Justiça do Governo FHC e deixou lá uma obra só comparável à de Nabuco de Araújo.

Paulo Sergio Pinheiro é mais loquaz e extrovertido nas questões referentes aos abusos de Direitos Humanos … na Síria.

José Paulo Cavalcanti Filho notabiliza-se pela ausência.

Lá não aparece.

A Comissão não está à altura dele...

E o Ministro Dipp esteve doente.

Portanto, a Presidenta tem razão.

Como temia a deputada Luiza Erundina, essa Comissão tucana será a da Meia Verdade.

Que inveja da Argentina !

Ah, se o Brasil tivesse um, basta um Ernesto Sábato !

A Comissão da Meia Verdade está com medo de meter a mão no câncer dos americanos que iam ao DOPS de São Paulo supervisionar torturas.

Está com medo de entrar na FIESP, como sugere o brizolista (de verdade) Carlo Araújo, que foi casado e torturado com a Presidenta.

Medo do Boilensen, do Theobaldo De Nigris, do Gastão Vidigal, do Nadyr Figueiredo, do Paulo Sawaya, do Octávio Frias (pai) – da turma da caixinha (e das camionetes) da tortura.

Está com medo de apurar os crimes do PiG (*).

Como o Dr Roberto “operava” as notícias de tortura no Globo ?

A Comissão da Meia Verdade prefere o silêncio dos cúmplices.

Porém, chiquérrimos !

Só nos restam os meninos do Esculacho !

Em tempo: sobre a exumação do corpo do Jango (falta exumar o Lacerda e o JK) convém assistir ao excelente “Dossiê Jango”, documentário que vale, por si, mil Comissões de Meia Verdade.

Essa Comissão da Meia Verdade vai acabar conferindo o Prêmio “Faz a Diferença”, post mortem, ao General Geisel, com festa no Globo !

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.