Sem polícia, sem porrada. No palanque, Haddad discursa para manifestantes
Saiu na Rede Brasil Atual:
Haddad reafirma compromisso com movimentos de moradia durante protesto
Por: Camila Maciel, da Agência Brasil
São Paulo – Organizações que lutam por moradia na capital paulista protestaram hoje (17) em frente à prefeitura, no centro da cidade, para reivindicar a construção de casas para a população com renda entre zero e três salários mínimos. De acordo com o movimento União dos Movimentos de Moradia (UMM), cerca de 7 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar estimou em 1 mil o total de participantes.
“Nós queremos que as 55 mil unidades que o prefeito Fernando Haddad disse que ia fazer nos quatro anos de governo sejam de habitação de interesse social, para pessoas de baixa renda. Além disso, queremos que elas sejam construídas em parceria com as entidades. Se for por parceria público-privada, a gente já sabe que não vai atender a essa população e nem vai ter a nossa participação”, apontou Donizete Fernandes Oliveira, um dos coordenadores da UMM.
O prefeito Fernando Haddad reafirmou o compromisso de construir a quantidade de casas apontadas na campanha eleitoral, mas declarou que os programas de governo devem atender a diferentes camadas da população. “A maioria é HIS (Habitação de Interesse Social). Agora não posso trazer para a região central somente a população de uma faixa de renda, senão vou transformá-lo em um lugar homogêneo”, disse, após discursar para os manifestantes.
Há cerca de dez dias, o governo anunciou, com a prefeitura, a assinatura de uma parceria público-privada (PPP) para que sejam construídas 20 mil moradias no centro da capital. “Pelo menos metade é para população de baixa renda”, destacou Haddad. Donizete informou que na reunião com Haddad, logo após o protesto, eles reivindicariam que pelo menos 8 mil unidades sejam destinadas para sem-teto organizados em movimentos populares. Inicialmente, seriam 2 mil moradias destinadas para a demanda dessas entidades.
O prefeito explicou que, além da população organizada em movimentos de moradia, os programas devem atender também a demanda emergencial de pessoas que estão em áreas de risco, por exemplo. “Eu não posso atender só ao movimento organizado. Tem pessoas não organizadas, mas que têm direito constitucional a moradia. Tudo isso é negociação. Vamos abrir a situação da prefeitura para os movimentos de luta por moradia, até para que eles se solidarizem com as pessoas em situação de risco”, explicou.
De acordo com Haddad, o déficit habitacional em São Paulo chega a 500 mil moradias. “Falamos em adequar e construir cerca de 500 mil moradias. Isso envolve urbanização em favela, regularização fundiária e produção”, informou.