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Dirceu: o PSDB de SP derrete

Na capital paulista o problema não é menor: o PSDB está derretendo. José Serra perdeu a eleição para a presidência do diretório municipal.
publicado 18/04/2013
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Saiu no Blog do Zé Dirceu:

Um candidato presidencial nervoso


Candidato já lançado por seu pares tucanos ao Planalto na eleição do ano que vem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) está redondamente enganado quando afirma que a presidenta Dilma Rousseff está assustada com a disputa nas urnas em 2014. "Vejo a presidente da República assustada com o processo eleitoral. Ela age em 2013 como se estivesse em 2014 e isso faz com que as contas para o brasileiros aumentem mais", disse Aécio. Por tudo o que sei e acompanho, ela não está.

O parlamentar-candidato mineiro a presidente em 2014 aproveitou entrevista, ontem, para atacar a ação de governistas que, segundo ele, buscava restringir benefícios para novos partidos. Ele defendeu o lançamento de várias candidaturas - medo de polarização com a presidenta na reeleição? - e elogiou os presidenciáveis,  governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva (AC), que tenta fundar o Rede Solidariedade.

O senador viu um "rolo compressor" no Congresso para tentar tornar inviáveis novas legendas. "O governo federal, quando lhe interessa criar partidos, estimula e dá instrumentos, mas, quando acha que pode prejudicá-lo, age com rolo compressor. Isso não é saudável para a democracia, não é um exemplo que o governo do PT mais uma vez dá. A presença de outras candidaturas eleva o debate e numa democracia como o Brasil ninguém pode querer ganhar uma eleição no WO."

Governador, ele agiu com rolo compressor em Minas

Em 1º lugar, quem como o governador Aécio Neves governou Minas Gerais por leis delegadas (enfiando decretos goela abaixo da Assembleia Legislativa) não tem autoridade para falar de rolo compressor. Em 2º lugar, o projeto aprovado não restringe criação de partidos, só estabelece que parlamentar que muda de legenda não pode levar para outra, proporcionalmente, tempo de rádio e TV e dinheiro do fundo partidário.

Por avaliação tão distorcida da realidade, quem está nervoso é o senador Aécio e não a presidenta Dilma. Não tem nada a ver pôr um fim a esse balcão de mandatos, de compra e venda de tempo de rádio e TV e do Fundo Partidário, com o direito de todo partido de lançar candidato a presidente da República. Direito que vai do PSDB, mesmo dividido como se vê agora na eleição do diretório municipal em São Paulo, ao PSB de Eduardo Campos e ao Rede, novo partido da ex-senadora Marina Silva.

O projeto aprovado na Câmara não cria obstáculos às duas ou a outras candidaturas. Onde está isso? Candidato que monta partido só tem que cumprir a lei, que vale para todos: alcançar um numero mínimo de assinaturas de eleitores (meio milhão) apoiando o novo partido em todo Brasil, o que não é assim tão difícil num país com 141 milhões de eleitores.

Projeto coloca fim a uma aberração

O que não poderia continuar é essa aberração autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - e não pela Câmara e pelo Senado - de autorizar a mudança de partido levando o tempo de rádio e TV e o fundo partidário quando da transferência de um parlamentar para um novo partido surgido da fusão de dois ou mais.

Aécio minimizou o fato de a legenda Mobilização Democrática, resultado da fusão entre PPS e PMN, ter anunciado, via deputado Roberto Freire (PPS-SP), que nasce para apoiar Eduardo Campos. Mas que é um problema para a sua candidatura é, já que Eduardo Campos corrói as bases políticas, sociais e até as empresariais simpáticas ao PSDB.

Na capital paulista o problema não é menor: o PSDB está derretendo. José Serra perdeu a eleição para a presidência do diretório municipal. Seu candidato a presidente, vereador Andrea Matarazzo, retirou a candidatura depois que uma aliança entre os secretários estaduais José Aníbal, Júlio Semeghini e Bruno Covas viabilizou outra candidatura ao posto. O governador Geraldo Alckmin faz cara de paisagem, mas é evidente que os secretários não fariam essa articulação à revelia dele. E José Serra, então, pode estar acelerando o passo para abandonar o PSDB a caminho de outra legenda.