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MP: como foi a madrugada sangrenta

PT fez um acordo com o que a Dilma pode vetar.
publicado 16/05/2013
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Se, de fato, produzir-se o milagre, e o Governo derrotar Eduardo Cunha, Daniel Dantas e Eduardo Campriles, o Senado se verá diante de uma situação de constrangimento.

Depois de tudo o que se passou na Câmara – nunca dantes, por exemplo, se viu obstrução em voto de redação final -, dificilmente o Senado não aprovará a MP dos Portos.

Depois depois tanto esforço e exame da MP na Camara, demonstrada exaustivamente a sua relevância, como explicar que o Senado se exima de decidir ?

A batalha que se travou nessa noite e madrugada passadas vai entrar para a História da Câmara.

A emenda aglutinativa central, a espinha dorsal dos interesses de Daniel Dantas, incorporados por Eduardo Cunha, foi derrotada fragorosamente logo no início dos trabalhos.

Mas, era preciso votar a MP dos Portos.

Chegar ao final do processo.

Não adiantava derrotar a emenda aglutinativa do Cunha/Dantas, se a MP não fosse aprovada.

Para que fosse aprovada a tempo de chegar ao Senado, era preciso vencer o obstáculo de votar 14 Destaques interpostos pelo PSD de Eduardo Campriles, PSDB, DEM e do PPS, do ex-comunista Roberto Freire.

O Governo votava, derrotava um Destaque e a oposição entrava com outros novos.

Uma ministra comparou à situação de quem tinha comprado casa pelo BNH: quanto mais pagava, mais devia !

Aí, as lideranças do PT - Arlindo Chinaglia, Sibá, José Guimarães e Genoino – apresentaram uma emenda aglutinativa que englobava as emendas e destaques que estavam na frente, para votação.

O DEM do estadista Ronaldo Caiado tinha dito que “a renovação dos contratos ocorrerá”.

O Governo transformou em “poderá ocorrer” e conseguiu limpar a pauta, aí, com o apoio de Eduardo Cunha.

Foi, digamos, “uma economia processual”.

E, o mais importante, as novas medidas aglutinativas podem ser vetadas.

Como sugeriu o deputado Anthony Garotinho, em nome da higiene, a Presidenta Dilma deve vetar a Emenda # 30, essa emenda que permitiu tirar da frente a obstrução da oposição.

Oposição, em termos.

Porque o PMDB em gorda fatia traiu.

E o PSB também.

O Governo está seguro de que não abriu mão de nenhum princípio político central, para fazer essa emenda apaziguadora – embora o PiG (*), como sempre, insista em que o Governo “cedeu” para vencer.

E o Governo se manteve, sempre, fiel ao relatório que saiu do Senado, de Eduardo Braga, do PMDB.

O que deve ajudar a aprovar no Senado.

Se, de fato, ocorrer o milagre.


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.