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Artur: Lula e Civita, uma comparação

Merval voltou e saúda dois patrões de uma vez só: Civita e Mesquita. Bem que o Mino ...
publicado 03/06/2013
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Do amigo navegante Artur:


Li a biografia de CIVITA no site da Abril, que, de tão evasivo, resolvi contribuir com eles e mandei para a VEJA um pequeno histórico comparativo da vida de LULA e ROBERT CIVITA.

CIVITA X LULA – O PARALELO ENTRE DUAS VIDAS


CIVITA: Filho de empresário milionário, herdeiro do grupo Abril, nasceu na Itália e chegou ao Brasil com os pais, estudou na Europa e EUA, onde se formou, fez Pós Graduação e Mestrado, voltou ao Brasil falando inglês, espanhol e italiano além do idioma natural do Brasil, o Português.

LULA: Filho de imigrantes Nordestinos, chegou em São Paulo com sua mãe que o criou sozinha, depois do abandono do pai. Morou na região do ABC e estudou em escola pública. Lula fez curso técnico para ser metalúrgico; trabalhando para ajudar a mãe a criar os irmãos mais novos e estudando na medida do possível, não conseguiu fazer um curso superior e tampouco estudou outros idiomas.


CIVITA: Ao chegar no Brasil, disse que tinha um sonho, criar 3 ou 4 revistas de grande sucesso; lançou a revista EXAME e a revista REALIDADE, direcionada a um público seleto da classe dominante do País, a revista PLAYBOY, e a revista VEJA, com viés politico direcionada para a mesma classe média dominante e a elite. Suas empresas cresceram e as revistas tiveram sucesso; assim CIVITA conseguiu realizar o sonho de lançar pelo menos 3 revistas de sucesso antes de morrer aos 76 anos.

LULA: Ao chegar a São Paulo, vivendo em condições precárias, seu sonho era viver num pais mais justo e criar seus filhos em melhores condições da que vivia. Se pudesse acabaria com a fome e a miséria, mas este sonho estava muito longe do seu alcance, parecia uma utopia. Começou a trabalhar na indústria automobilística como ferramenteiro e sua liderança o levou a participar do sindicato dos metalúrgicos; como era destemido e carismático, comandou as maiores greves que este País já teve, em busca de melhores condições de trabalho e salário; era sua forma para contribuir para melhorar a vida dos trabalhadores e tornar o país mais justo.


CIVITA. Durante os anos 70 e 80, o Grupo Abril cresceu muito, mas nunca enfrentou o poder dos militares, se não era possível combater, melhor se alinhar, assim suas revistas mostravam um País dos Sonhos, do milagre brasileiro, suas reportagens na VEJA, apesar de ter o conteúdo politico, nunca tiveram a intenção de criticar os militares, as reportagens das revistas EXAME e REALIDADE, mostravam um Brasil maravilhoso (para a classe dominante) empresas crescendo, (apenas as grandes empresas da elite) estabilidade econômica, à base de empréstimos dos países do primeiro mundo a juros estratosféricos, e é claro, a beleza da mulher brasileira desfilava na PLAYBOY. Em troca, o grupo Abril comprou do governo um terreno na cidade de Salvador a preço de banana e construiu os HOTEIS QUATRO RODAS, com empréstimo subsidiado do BNDES. Recebeu verbas publicitárias governamentais fabulosas. Imprimia livros didáticos para as escolas publicas sem licitação, conseguia isenção de impostos etc.etc.etc…. Durante o movimento pelas DIRETAS, omitiu-se.

LULA. Durante os anos 70 e 80 foi perseguido pela ditadura. Preso por comandar as greves dos metalúrgicos, proibidas pelo AI5, era considerado subversivo e sujeito perigoso para a segurança nacional, mesmo assim não recuou, continuou sua luta contra a ditadura, fundou o partido dos trabalhadores ( PT ) e foi eleito deputado Federal ( mais votado no Brasil). Participou da campanha das DIRETAS, trazendo consigo toda força trabalhadora e dando ao movimento uma força jamais vista no País até então. O governo militar pressionado fez a abertura e o Brasil voltou a ter eleições diretas para Presidente da República. Teve um papel decisivo na campanha das DIRETAS JÁ.


CIVITA: Após as diretas, suas Empresas direcionaram seu apoio editorial para a nova classe dominante, formada por ex integrantes da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) partido do governo militar criado para dar uma cara democrática para a ditadura, que depois, com fim da ditadura mudou para PFL e recentemente mudou “de novo” para DEMOCRATAS ( os DEMOS ) para tentar esconder suas origens. Com sua força editorial ajudou a eleger Fernando Collor de Melo, Presidente da República e depois a Fernando Henrique Cardoso (FHC), cujo partido PSDB, nos últimos anos se alinhou com a turma do PFL (atual Democratas) para ter o apoio da mídia e chegar ao poder.

LULA: Após as diretas, continuou atuando politicamente para melhorar as condições econômicas das classes menos abastecidas; candidatou-se a Presidente da República pelo PT, mas perdeu nas 3 primeiras tentativas para os candidatos que tinham apoio da grande mídia, COLLOR E FHC. Daí vem a aproximação dos caminhos de LULA e CÍVITA. Este, algoz implacável de LULA em todas as tentativas em que se candidatou a Presidente, utilizou a revista VEJA como arma para manipular a opinião pública; mesmo assim, apesar de ter sua vida achincalhada pela VEJA, LULA não desistiu e conseguiu se eleger na 4ª tentativa.


CIVITA: Na última década viu o Pais crescer com LULA na Presidência; a classe media cresceu com a evolução econômica, o Brasil passou a ser mais respeitado no primeiro mundo, enfrentou a maior crise econômica da história sem se abalar, milhões de brasileiros deixando a miséria e a pobreza, mas, mesmo assim, nunca reportou em suas revistas essas mudanças, não interessava. Suas revistas então começaram a perder credibilidade e público. A VEJA que chegou a ter mais de 1 milhão só de assinantes não chega hoje a metade, mesmo assim com a ajuda de governadores da oposição que fazem assinatura para os funcionários públicos, naturalmente em troca de favores “ editoriais “ . O grupo que se beneficiou durante anos de governos “amigos” da isenção de impostos ou “ perdão” de impostos atrasados, já não podia mais contar com essa boquinha e “ mais “ , já não podia se beneficiar também das impressões de livros escolares, através de licitações com “ cartas marcadas “ que beneficiavam apenas as grandes editoras em detrimento dos pequenos empresários e passou a enfrentar problemas financeiros, tendo que vender empresas como os Hotéis Quatro Rodas, a TVAbril, deficitária, e outros ativos. Desesperado com a eleição do POSTE ( DILMA ROUSSEF) chegou a declarar que faria de tudo para derrubar seu governo e até conseguiu tumultuar no primeiro ano, com denúncias plantadas na mídia, mas que acabaram caindo no descrédito, frente a realidade do povo satisfeito com os programas sociais do governo. Antes de morrer ainda viu a popularidade do governo que queria tanto derrubar bater recordes, enquanto sua revista VEJA a cada dia vinha diminuindo as tiragens e seu sonho começando a desmoronar.

LULA. Na última década, como Presidente da República, promoveu o crescimento da classe média tirando milhões de brasileiros da pobreza e miséria, trouxe esperança para a população menos abastecida; sofreu com denúncias de corrupção em seu governo e com a tentativa de golpe “branco” da oposição aliada a grande mídia (lideradas pela Abril/Veja e Globo) que tentaram responsabiliza-lo; reagiu, cobrou apuração dos fatos, doesse a quem doesse; foi reeleito, apesar da pressão contrária da grande mídia e atingiu os maiores índices de aceitação já vistos na história, no final de seu governo indicou uma desconhecida para sucessão, DILMA Roussef, a quem a VEJA chamou de “ POSTE” e “ TERRORISTA” , para tentar impedir uma nova vitoria do governo popular. Lula recebeu o País com uma dívida externa impagável e entregou o governo emprestando dinheiro ao FMI. Promoveu o desenvolvimento da infra-estrutura do País, criando melhores condições para as Empresas crescerem e gerarem empregos; o Brasil bate recorde de emprego. Milhões de brasileiros que antes não tinham sequer o que comer, estão ascendendo no quadro social, consumindo e ajudando o País a crescer. Com sua política atraiu investidores internacionais, o que levou o Brasil a uma das maiores reservas cambiais do mundo e levou o País a se tornar a 6a. maior economia do mundo. Está lutando contra o câncer há 3 anos e quer viver o máximo que puder, pois ainda não viu seu sonho completamente realizado, que, segundo ele, isto só vai acontecer no dia em que nenhum brasileiro tenha que passar fome no Brasil, por falta de oportunidade.


O ENCONTRO DOS PARALELOS…

CIVITA E LULA se encontraram no hospital Sírio Libanes, no dia em que Lula foi fazer uma aplicação de quimioterapia contra câncer. LULA, fez questão de visitar CIVITA que estava internado e dizem que CIVITA pediu “perdão”; que, se pudesse, faria muitas coisas diferentes. LULA retribuiu com um abraço e o desejo de recuperação, que independente de suas posições, de alguma forma, ele, CIVITA, também contribuiu para fortalecer a democracia.
Afinal, assim é a democracia, como a borboleta que durante a metamorfose precisa fazer um esforço muito grande para sair do casulo e, quanto maior a resistência, mais forte e mais bonita ela se tornará, a democracia vai se fortalecendo a cada vitoria. Civita deve ter entendido seu papel na história.


Em tempo:
na colona (*) desta terça-feira, Ataulfo Merval de Paiva (**) verte pranto convulsivo por dois patrões: Robert(o) Civita e Ruy Mesquita: " ... marcos na história do jornalismo brasileiro que o tornam mais pobre"... ("Marcos" é de lascar, não, amigo navegante ?).

Trata-se de um surto de "patrolatria", muito comum entre colonistas (*) pátrios.

Como diz o Mino Carta, o Brasil é o único país do mundo em que jornalista chama patrão de colega.

Por falar em Mino: seu romance - é bom frisar, romance - "O Brasil" faz de Ataulfo Merval, - é uma remota hipótese - seu personagem principal.

Clique aqui para ler "O Brasil" é pior do que você pensa".

Leia também "a Globo deve temer Barroso".


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia. E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".