Haddad: o transporte é caro. O aumento, inadiável
O ansioso blogueiro reproduz observações do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, por telefone, numa entrevista nesta manhã de sexta-feira:
Ainda como Ministro da Educação e como pré-candidato a prefeito, ele tinha a percepção de que a questão do transporte urbano é um problema central da administração pública de São Paulo.
“Transporte” foi o tema central da sua campanha.
O transporte é muito caro, pesa muito no bolso do trabalhador e exige uma política mais ampla do que abrir corredores de ônibus.
Corredor demora a fazer efeito, e é preciso tomar providências, já !
Quando sobe o salário do trabalhador, a gente se esquece de que sobe também o salário do motorista e do cobrador.
O salário do motorista e do cobrador subiu 8% ao ano, por três anos consecutivos, com a tarifa congelada e o subsidio correndo solto.
Era uma situação economicamente insustentável.
Com a redução dos 6% dos tributos federais e o aumento de R$ 0,20 - o primeiro em três anos – a conta fechou.
Mas, há quatro, cinco anos, há uma insatisfação subterrânea, silenciosa.
Que, agora, se tornou mais violenta, claro, porque ele é o prefeito e do PT.
(Clique aqui para ler “As manifestações e a hipocrisia do PiG, especialmente da Globo”.)
Partidos políticos, como o PSTU e o PSOL, vão para a rua e ajudam a criar – com a mídia – um caldo de cultura de insubordinação.
Mas, o problema é real: o transporte é muito caro !
E ineficiente !
Mas, a prefeitura não tem com quem conversar.
As lideranças são frágeis, que se organizam nas redes sociais.
(Que organizam movimentos, mas dificultam a formação de lideranças – PHA)
Haddad tem notícia de professor que liberou aluno que “queria ver a manifestação”.
A maioria a favor da manifestação não toma ônibus.
Tem a mão de gato dos que querem derrubar a Dilma ?, perguntou o ansioso blogueiro.
Em parte, sim, Haddad acredita.
Tem, no subterrâneo, aquela turma que diz que a inflação saiu do controle – por isso o Governo teve que aumentar a tarifa -, que a economia foi para o beleléu.
Tem, sim, tem isso.
O pessoal que agora critica a Dilma porque aumentou a tarifa e antes criticava porque não aumentava.
Mas, Haddad não acredita que o movimento consiga atingir a Dilma: ele tem um caráter inequivocamente local.
Embora a mídia (aqui chamada de PiG (*) - PHA) possa querer espalhar o movimento.
E segunda-feira ?
A certa altura vamos ter que conversar, ele disse.
Não pode ser tudo ou nada !, concluiu.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.