Todo administrador público é refém do MP
O ansioso blogueiro deu uma palestra para secretários estaduais ligados à área de economia.
O ansioso blogueiro tratava da chamada “crise”, a crise diária propagada no país pela tecnogolpia dos telejornais (?) da Globo.
Qual crise ?
Qualquer crise.
A do tomate, por exemplo.
Agora, a do naufrágio da Dilma nas pesquisas, por causa da inflação galopante – desabamento devidamente analisado pelo Mauricio Dias, que se antecipou ao Datafalha.
E tem a crise do empacamento do PAC, devidamente desmistificada pela Ministra Miriam Belchior, ao apresentar o balanço do PAC2.
Mas, não interessa.
Vivemos em crise permanente, uma crise grega, espanhola, ininterrupta.
Nos debates, o ansioso blogueiro percebeu uma certa inquietação com a responsabilidade deles próprios, na plateia, na “crise”, administradores públicos responsáveis pela “última milha”, a última etapa da obra.
O ansioso blogueiro tinha dito que, hoje, para um administrador público deslocar um paralelepípedo da calçada do lado ímpar para o lado par tem que prestar muita atenção ao documento que assinar: ele pode ser vitima do Ministério Público e do critério vago e ameaçador de “improbidade administrativa”; da CGU, do Tribunal de Contas, do Ibama; e, quando tudo estiver pronto, dos índios que, por exemplo, não querem deixar construir Belo Monte, por causa de um inexistente alagamento de suas terras originais.
Neste último caso é uma aliança protelatória entre os índios, o MP e, quem sabe ?, meia dúzia de ONGs americanas, protegidas sob o chale da Rede.
O ansioso blogueiro pareceu tocar num nervo exposto.
Não poderia imaginar a indignação generalizada contra o Ministério Público.
O prefeito assume em janeiro, é deposto pelo MP em março, por fazer licitação que não teve ainda tempo de fazer – contou um Secretário.
Lembrei que o MP de São Paulo e a Procuradoria Geral da República agora tem um Guardião para grampear quem ?, o que ?
No meu Estado o MP também grampeia.
Outro Secretário, de origem na Magistratura, se perguntou: onde já se viu investigar e indiciar?
E se houver má fé, se perguntou outro: grampear e investigar sem denúncia, para manter refém um homem público, um político ?
O ansioso blogueiro se lembrou de post aqui neste ansioso blog: o MP é o DOI-CODI da Democracia.
Como sair dessa, perguntou a discreta Secretária, intimidada como os outros ?
Pressionar nossos representantes no Congresso para que sejam judiciosos ao analisar a PEC-37.
Se houvesse IBAMA, MP e essa sucessão de obstáculos institucionais – cada um deles com sua agenda política - não teria sido possível construir o Cristo Redentor no Rio.
E muito menos Itaipu, que alagou as Sete Quedas, bradou alguém !
A Bláblárina se instalava em cima de uma das Quedas e lá não saía !
Mas, ia respingar muita água nela, ponderou uma alma caridosa.
Não tem problema: o Itaú forneceria o guarda-chuva, sugeriu um pragmático.
Paulo Henrique Amorim