Reitor de Cerra critica democracia no ensino
João Grandino Rodas, reitor da Universidade de São Paulo, onde quase não há estudantes negros, deu à rádio que troca a notícia, a CBN , nesta quarta-feira, entrevista que é a quintessência do pensamento elitista dos tucanos de São Paulo:
Conselho Universitário da USP aprova criação de bônus de 5% no vestibular para alunos negros, pardos e indígenas da rede pública de ensino
O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo aprovou um bônus de 5% para candidatos pretos, pardos e índios no exame vestibular.
Segundo o reitor, o bônus de 5% é um primeiro passo - uma pontuação extra para os estudantes que o reitor chama de “PPI”: pretos, pardos e indígenas.
Até 2018, a USP pretende destinar 50% das vagas a estudantes de escolas públicas.
Com isso, a Universidade acredita que vai incluir os “PPIs” na proporção que o censo de 2010 indicar de pretos, pardos e índios na população de São Paulo.
Os negros são 35% e quase não há na USP.
Entre as três universidades estaduais de São Paulo - UNESP, UNICAMP e USP -, a USP é a última a adotar algum tipo de política afirmativa no exame vestibular.
E ainda assim, o bônus de 5% e a meta de inclusão de egressos da escola pública foram aprovados em prejuízo de uma política de cotas raciais, hoje consagrada pelo Supremo - por 10 a 0 - inúmeras universidades públicas e privadas de todo o pais.
Segundo o reitor, a democratização tem que ser feita gradativamente, em quatro anos, para preservar a qualidade do ensino:
“Não é porque há injustiças seculares que nós vamos imaginar que, de repente, num passe de mágica, tudo se resolva.
Nós precisamos fazer isso de forma consciente e pedir que essa inclusão seja feita com algum mérito […]
Nós não vamos querer, por exemplo, que aconteça com a Universidade de São Paulo e com as universidades estaduais do estado de São Paulo o que aconteceu com o ensino fundamental e médio no Brasil inteiro, onde todo mundo está na escola mas é como se a escola não existisse, porque é pífia.” (10'40'')
Viva o Brasil !
Quer dizer que a democratização do ensino destrói a escola !!!
Botou o pobre lá dentro, é essa desgraça: ela não existe, fica pífia !
Rodas não brotou do nada.
O governador Padim Pade Cerra o escolheu reitor, em 2009, embora não fosse o primeiro da lista tríplice - era o segundo.
Sua gestão está no fim.
Nos quatro anos, Rodas sufocou greves, protestos, colocou a PM no campus e promoveu demissões em massa.
Sua gestão é alvo de uma investigação no Ministério Público.
Ele foi diretor da escola de Direito do Largo São Francisco, que, em 2011, o considerou persona non grata.
Isso jamais tinha acontecido - um ex-diretor ser repudiado pela própria escola.
Trata-se de um tucano de escola, como se vê.
E por aqui se percebe como é o "republicanismo" dos tucanos: na hora de nomear ministros do STF, membros da Comissão da 1/2 Verdade, o Procurador Geral da República e o reitor da USP...
Paulo Henrique Amorim