Ayres Britto com Bláblárina. Ele nem disfarça
Saiu no Globo Overseas, que cospe no prato em que comeu e engordou:
Ayres Britto vem aí?
O ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto tem sido uma espécie de consultor informal de Marina Silva. Há poucos dias, ela o convidou para se filiar à Rede e disputar um cargo eletivo no ano que vem. Ayres Britto ficou de pensar na proposta.
O Big-Ben de Propriá marcou a condenação do Dirceu para a hora exata em que os eleitores de São Paulo votavam em Fernando Haddad.
Depois, foi fazer uma merenda e, no caminho, perdeu o mensalão tucano.
Escreveu o prefácio do livro do Ataulfo Merval de Paiva (*), o 12º Ministro do Supremo, sobre um julgamento que ainda não tinha acabado.
Entrou para uma ONG, Palavra Aberta (ao PiG (**)), patrocinada pela Globo Overseas – que agora recebe de volta o que exibe - e pela Souza Cruz, instituições que fazem bem à saúde do povo.
Agora, presta assessoria a organização que pretende levar no grito a fundação de um partido e desmoralizar a Justiça Eleitoral.
E sair candidato por essa mesma organização que faz oposição aberta ao Governo.
Podia ter um mínimo de recato.
Ele acaba de condenar o Dirceu e o Genoino, nesta primeira fase.
(Os embargos infringentes serão devidamente aceitos, porque defendem a própria Justiça.)
Os dois ainda não foram algemados no jornal nacional e o Juiz já se deixa apanhar do lado de lá do espectro político.
O Supremo já teve mais pudor.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia. E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.