Tempo de tevê: Dilma 10 vs 1 Bláblárina
Na pág. A8, sob o titulo “tempo de tevê é desafio para nova aliança”, o estadão, em comatoso estado, constata o óbvio:
“Parceria entre PSB de Campos e a Rede de Marina não rende mais espaço no palanque eletrônico, central na disputa do ano que vem”.
O Estadão considera que o PSB contará com 11 segundos do PPS.
Ou seja, mesmo preterido, tratado como vira-lata de porta de igreja, o partido do ex-comunista Roberto Freire (pior que ex-comunista, só ...) se entregará à Blablárina.
Trairá o Cerra, além de tudo.
Então, o novo PSDB de Bláblá e do Dudu Campriles terá 56 segundos, do PSB, e 11 segundos do ex-comunista.
O que dá 1 minuto e 7 segundos (e, não, “dois minutos” como diz o comatoso estado).
Como Bláblá não fundou a ONG que ela e Gilmar Mentes (*) chamavam de partido, não entra com segundo nenhum.
O PSDB, a caminho da irrelevância (fora do PiG (**), com Cerra, Aécio e o Príncipe da Privataria, terá 2 minutos e 9 segundos.
Com o apoio edificante do DEMO (42 segundos) e do Pauzinho do Dantas ( 40 segundos).
A Dilma, segundo os cálculos sempre duvidosos do comatoso estado, terá dez minutos.
É claro que, sem as sandálias da humildade, o regente João Santana pode transformar esses dez minutos da Dilma numa inutilidade.
Assim como um bom marqueteiro pode dar vida ao novo e ao velho PSDB, ou seja, à velha UDN de guerra.
Mesmo com um minuto ou dois de tevê.
Porém, nesse regime político sem a Assembleia Constituinte Exclusiva, partidos existem para ter – e vender – tempo de tevê.
E, aí, o lado do campo da Dilma é mais plano, a grama de melhor qualidade.
O que, como lembra o Nunca Dantes, não signifique que o Corinthians vá ganhar da Portuguesa.
Mas, dessa perspectiva – tempo de tevê -, o casamento de Bláblá anti-chavista com Dudu Campriles não se consumou.
Pode ser desfeito pelo Vaticano.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva (***) preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista (****) decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia. E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.
(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.