O PT luta ou não luta pelos presos do mensalão ?
O Conversa Afiada reproduz e-mail de amiga navegante que prefere não se identificar:
Caro Paulo Henrique,
nesse email escrevo enquanto militante solidária ao movimento que apóia os presos do PT em decorrência da AP 470.
Muita gente desconhece que está acontecendo um movimento crescente de solidariedade aos presos políticos do PT. Escrevo enquanto militante solidária a esse movimento.
Há um grupo de jovens e antigos militantes que montou um acampamento ao lado do STF, em solidariedade aos petistas presos em decorrência da AP 470.
Eles criticam o curso do processo e as ilegalidades na execução da pena. Se autodenominam independentese suprapartidários.
Eles têm uma página no FB: Movimento de Solidariedade aos Presos Políticos do PT.
https://www.facebook.com/pages/Movimento-de-Solidariedade-aos-Presos-Políticos-do-PT/557380074343331?fref=ts
O acampamento esteve por duas semanas na entrada do presídio Papuda, praticamente desde o dia 15 de novembro, quando Genoíno, Delúbio e José Dirceu foram presos. Depois eles se mudaram para o gramado ao lado do STF.
Hoje, o Raymundo Costa, Valor Econômico, publicou uma coluna sobre o acampamento.
http://www.valor.com.br/politica/3367340/legado-do-mensalao-para-o-futuro-do-pt
Legado do mensalão para o futuro do PT
Por Raymundo Costa
De amanhã até sábado, o PT realiza em Brasília seu 5º Congresso Nacional para discutir o "legado e futuro do projeto democrático popular" - o que fizeram os governos do partido nos últimos 11 anos e o que o PT reserva para depois das eleições de 2014. Cerca de 800 delegados são esperados para o encontro.
(...)
À exceção de Genoino, que cumpre prisão em casa, Dirceu e Delúbio estão na Papuda, presídio em frente ao qual até dias atrás estava armado um acampamento de militantes petistas solidários aos companheiros encarcerados. A barraca mudou de lugar, agora está ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF), e os acantonados ameaçam subir até o centro de convenções onde se realizará o 5º Congresso Nacional.
O acampamento reúne partidários de José Dirceu e outros condenados na Ação Penal 470, mas também jovens militantes da base petista. Entre eles muitos que foram cobrados, pela direção nacional, por serem surpreendidos pelas manifestações de rua ocorridas no mês de junho.
(...)
A ideia de organizar um acampamento em frente ao presídio da Papuda surgiu entre jovens que se reuniram em frente à Polícia Federal, no feriado de 15 de novembro, para recepcionar José Dirceu e José Genoino, que, na véspera, se apresentaram à Polícia Federal em São Paulo. Um grupo variado, integrado por militantes de núcleos de jovens do PT, setores da Central Única dos Trabalhadores e correligionários e amigos de José Dirceu, especialmente.
O grupo cresceu depois que organizou um jantar de solidariedade aos políticos presos, em Brasília. Na primeira semana, os parlamentares que foram visitar os três encarcerados - além de Genoino e Dirceu, o ex-tesoureiro Delúbio Soares também se entregara à PF - transformaram a tenda armada no local num ponto para receber jornalistas e conceder entrevistas de solidariedade aos prisioneiros do PT.
No acampamento surgiu a ideia de "mil cartas" aos companheiros presos - estima-se que 300 já foram remetidas. Pelo menos duas caravanas estaduais de militantes petistas aportaram em frente ao presídio da Papuda.
(...)
Os jovens solidários aos petistas presos consideram "clandestina" a manifestação de solidariedade organizada para o 5º Congresso Nacional. Muito embora o deputado Rui Falcão tenha visitado os três na prisão, eles também consideram insatisfatória a posição assumida pelo PT.
(...)
Até agora. Os jovens que veem "presos políticos" em Dirceu, Genoino e Delúbio não arredaram o pé e se mantêm sitiados nas imediações do Supremo Tribunal Federal.
(...)
A pressão do comando nacional petista sobre os "jovens solidários" começou à época em que o acampamento ainda estava em frente ao presídio da Papuda. Sem êxito, até agora. Os jovens petistas se organizam por meio das redes sociais e e-mails. Mas este talvez seja o único ponto em comum com os jovens que tomaram as ruas em junho último.
(...)