Assassinato de JK: PiG inocenta Geisel
Os três jornais do PiG (*) nesta manhã de quarta-feira noticiam que a Comissão 1/1 da Verdade (de São Paulo; não confundir com a Comissão 1/10 da Verdade, de Brasília) concluiu que JK foi miseravelmente assassinado na Via Dutra pelo Governo Geisel.
Assim como foram assassinados Jango e provavelmente Lacerda - cujo corpo falta exumar - num espaço de 272 dias, no Governo do Glorioso General Geisel.
Mas, por um descuido certamente, nenhum dos exemplares pigais faz referência à coincidência: os três morreram no iluminado e incorruptível Governo de Ernesto Geisel.
Silêncio absoluto !
Por que será que o PiG (*) poupa o General Geisel, amigo navegante ?
Porque o Historialismo brasileiro, sob a regência prolífica de um historialista - não é historiador nem jornalista - de múltiplos chapéus - considera que Geisel e Golbery foram o Washington e Jefferson, nessa ordem, Fundadores da Pátria e da Democracia Brasileira.
Segundo essa corrente de pensamento predominante na Big House, os dois fizeram o regime militar quando bem entenderam - porque Jango gostava de pernas de cavalos e de coristas - e, depois, enfadados, resolveram acabar com ele.
Como o PiG (*) brasileiro foi cúmplice do regime que assassinou os três líderes da Frente Ampla, não seria de bom alvitre, agora,
fazer um "revisionismo" que o inculpasse.
Portanto, JK, Jango e Lacerda podem ter sido assassinados sem que houvesse assassinos ou mandantes.
Ah, que inveja da Argentina !
O Geisel e o Golbery estariam na Papuda, in memoriam.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.