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FHC e os pigais neolibelês. O Narciso às avessas

O Fernando Henrique não pode sair de Vigário Geral que volta quadrúpede !
publicado 26/01/2014
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Amigos, o meu personagem da semana é o cronista patrício que foi à Inglaterra. Pois bem: saiu daqui bípede e voltou quadrúpede. Desembarcou no Galeão soltando, em todas as direções, os seus coices triunfais. Por aí se vê que o subdesenvolvido não pode viajar e repito: não pode nem ultrapassar o Méier. A partir de Vigário Geral baixa, em nós, uma súbita e incontrolável burrice...

… Ponhamos um inglês na Lua. E na árida paisagem lunar, ele continuará mais inglês do que nunca. Sua primeira providencia será anexar a própria Lula ao Império Britânico. Mas o subdesenvolvido faz um imperialismo às avessas. Vai ao estrangeiro e, em vez de conquistá-lo, ele se entrega e se declara colônia.

(...)

... O cronista que foi à Inglaterra (salvo raríssimas exceções) quer apenas isto:  fazer do futebol brasileiro uma miserável colônia do futebol inglês...


(… )

Amigos, não sei se vocês se lembram de Onestaldo. Era meu único amigo de infância, no momento em que que não há amigos de infância. Perguntarão vocês: alem de amigo de infância, o que mais era o assim chamado Onestaldo ? Eu direi – era um Narciso às avessas.

(…)

É um Narciso às avessas que cospe na própria imagem. Dirá alguém que será um caso único. Mentira. Único, virgula. Na verdade, tremo ao vê-lo porque sinto, na sua figura, um símbolo nacional irresistível.

(…)

Todos nos temos um pouco de Onestaldo.

Já descobrimos o Brasil. E não todo o Brasil. Ainda há muito Brasil para descobrir. Não há de ser num relance, num vago e distraído olhar que vamos sentir todo o Brasil. Este país é uma descoberta continua e deslumbrante.

Navalha

O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com o apoio do BNDES, relançou uma antologia de crônicas de Nelson Rodrigues sobre futebol: “A Pátria de Chuteiras”, da Nova Fronteira.

São criticas ferozes contra os “coices e relinchos infernais” dos adoradores do futebol estrangeiro em prejuízo do futebol brasileiro.

Os Narcisos às avessas.

O futebol era a metáfora de Nelson.

Ele tratava do Brasil: “os funcionários públicos, escrituários, donas de casa, e até jogadores de futebol. E, não, os nobres empoados”, como diz Rebelo no prefácio.

As crônicas de Nelson descrevem os economistas de bancos, os colonistas (*) pigais (**) e essa corrente do pensamento minoritário que se deixa conduzir pela liderança narcísica do Príncipe da Privataria.

Produtores de “coices e relinchos infernais”.

Como os deste sábado, na Avenida Paulista: http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,grupos-protestam-pelo-brasil-contra-a-realizacao-da-copa-do-mundo,1122884,0.htm

Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.