Guia para o impeachment de Gilmar
O livro “Operação Banqueiro”, de Rubens Valente, e sua esclarecedora entrevista a Sergio Lirio, na Carta Capital envergonham o Brasil, como resumiu Fernando Brito.
O subtítulo é “a incrível história de como o banqueiro Daniel Dantas escapou da prisão com apoio do Supremo Tribunal Federal e virou o jogo, passando de acusado a acusador”.
Que Daniel Dantas deveria estar encarcerado desde a Operação Chacal, isso é do conhecimento do mundo mineral, como diz o Mino Carta, que o chamou, apropriadamente, de “O Dono do Brasil”.
Mas, Dantas já foi longe demais.
A “Operação Satiagraha” será inevitavelmente legitimada pelo atual ou o seguinte Presidente do Supremo.
Valente demonstra que a “maçã não está podre”.
Que o cerne das provas contra Dantas – e Gilmar – é inquestionável.
Protógenes Queiroz pode ter cometido erros.
Mas trouxe provas que justificam o encarceramento do banqueiro - e alguns de seus colaboradores.
Legitimada a Satiagraha, Dantas será gentilmente convidado a servir a pena que o destemido, brilhante juiz Fausto De Sanctis, que honra a Magistratura nacional, lhe impôs: dez anos !
Isso está inscrito no livro do inevitável.
Nem o Brasil consegue conviver com tanto horror perante os céus !
O que falta avançar é o processo – inevitável também – de impeachment de Gilmar Dantas (*).
O então deputado federal – e hoje senador - Walter Pinheiro (PT-BA) e o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) já tentaram, no passado destituir Mendes.
Como tentaram membros do Ministério Público intrigados com a demora de Mendes em apurar, na Advocacia Geral da União, desvios no antigo DNER.
O emérito jurista Dalmo Dallari avisou, em artigo histórico, que a condução de Gilmar Dantas ao Supremo – a mais maldita das heranças de FHC - ia dar no que deu: a desmoralização da Corte Suprema.
Agora, o livro de Valente além de incriminar, vírgula por vírgula, o banqueiro, monta a peça de acusação contra Gilmar e seu impeachment.
Portanto, Walter Pinheiro, Ferro e o Procurador-Geral – Dilma foi Republicana, Janot será ? - , que se vê, agora, com um problema no colo, não precisam quebrar muito a cabeça.
Rubens Valente trabalhou por eles, no processo inadiável de saneamento da Alta Magistratura.
(A propósito, Valente incrimina de forma cruel, também, Cezar Peluso, Eros Grau e Ellen Gracie, que participaram do processo que resultou na genuflexão do Supremo diante dos desígnios de Dantas.)
Valente enfia o dedo no câncer.
O maior dos crime de Gilmar Dantas (*) foi dar o segundo HC Canguru a Dantas, o HC “per saltum”.
Janot, Pinheiro e Ferro deviam começar pela leitura do voto de Marco Aurélio de Mello, de 43' de duração.
Mello foi o único que remontou a cronologia da decisão de De Sanctis para provar que havia, sim !, novas provas a justificar a segunda prisão de Dantas.
As novas provas eram o suborno a um agente federal que, aqui neste ansioso site, se encontra no “vídeo” que a Globo censurou.
Havia diante de Gilmar a prova indiscutível de R$ 1 milhão - “Ah, de reais. Entendi”, disse Victor Hugo, o agente que se passava por presidente da Satiagraha, numa operação de escuta controlada, autorizada por De Sanctis.
O esquema previa R$ 500 mil antes da Operação ser deflagrada, e R$ 500 mil depois que Dantas se certificasse de que estava fora da Satiagraha – e, em seu lugar, entraria o empresário Demarco, seu inimigo mortal. (Demarco condenou Dantas na Justiça Inglesa. Lá, pelo jeito, não há HC “per saltum”...)
Estava tudo lá, diante dos olhos de Gilmar.
Mais do que uns “dois pedaços de papel”, sem “indicação de fato novo”, como disse o relator Eros Grau, que se inscreve, também, na História do Brasil como o relator do processo que anistou a Lei da Anistia !
Janot, Pinheiro e Ferro devem ler o Valente das pags 268 a 388 – e tentar não vomitar.
Basta embrulhar e pedir o impeachment.
A Globo não gravou a reunião no restaurante paulistano El Tranvía – portanto, não há por que desqualificar o áudio do agente que confirma o suborno.
Os advogados de Dantas prepararam a subida do HC Canguru ao Supremo de forma a coincidir com a Presidência de Gilmar Dantas (*) no recesso.
Era ele ou Peluso.
Tanto fazia …
A mochila de Dantas que estava em cima da mesa de jantar, quando foi preso no apartamento na Vieira Souto, no Rio.
Ali estão, do próprio punho, anotações de Dantas sobre o suborno a JUÍZES e jornalistas !
Gilmar sabia de tudo isso – eram as novas provas.
Advogados de Dantas se reúnem com assessores de Gilmar e “redigem” a decisão que leva ao segundo HC “per saltum”.
A ponto de um deles dizer “caraca !”, o Gilmar tinha, até !, incluído o raciocínio de que Dantas – no suborno – tinha caído “num ardil”.
Até nisso Gilmar acreditou !
Não passava de um ardil.
(Gilmar caiu no ardil ? Seria tão tolo assim ? )
(Quem recebeu os advogados de Dantas, nessa operação de “transmissão de pensamento” foi o Dr Luciano Fuck, chefe de gabinete de Gilmar.)
E as relações íntimas de Gilmar com Arnold Wald e Sergio Bermudes – advogados mega-remunerados de Dantas ?
Bermudes diz que liga para Gilmar duas vezes por dia e emprega Guiomar, mulher de Gilmar.
Como diz o Mino – é tudo a mesma sopa !
Quem o advogado de Dantas – Nélio Machado – encontrou no restaurante japonês Original Shundi ?
O que se discutiu ali, senador Pinheiro, deputado Ferro, Dr Janot ?
O que há dentro dos discos rígidos em que o Ministro (?) Eros Grau em cima se sentou ?
Como diz Valente, Grau realizou uma obra-prima da arte circense: “a apreensão da apreensão”.
Os discos estavam em poder de De Sanctis e em, 48 horas, tiveram que se postar sob a enxundiosa vigilância de Grau !
O processo de impeachment de Gilmar Dantas (*) é o mensalão do Judiciário.
Enquanto Gilmar Dantas (*) se sentar naquele semi-círculo – depois da peça acusatória de Valente – a sociedade brasileira será submetida a um escárnio.
Viva o Brasil !
Clique aqui para ler "Dantas ameaça editor de Operação Banqueiro".
Aqui para ver na TV Afiada "Livro sobre Gilmar chega ao STF".
Aqui para ver na mesma TV Afiada "Livro condena Dantas ao semi-aberto".
E aqui para ler “Mino sobre Gilmar-Dantas e o Maranhão”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como notável colonista da Globo Overseas Investment BV se referiu a Ele. E aqui para ver como outra notável colonista da GloboNews e da CBN se referia a Ele. O Ataulfo Merval de Paiva preferiu inovar. Cansado do antigo apelido, o imortal colonista decidiu chamá-lo de Gilmar Mentes. Esse Ataulfo é um jenio. O Luiz Fucks que o diga.