Protesto contra Copa tem mais policiais que manifestantes
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Protesto tem mais policiais que manifestantes
Por Cristiane Agostine e Letícia Casado | De São Paulo
"A ditadura militar ainda não acabou. A polícia está aí para nos lembrar disso". O estudante universitário Felipe Chagas, de 20 anos, foi abordado ontem pela Polícia Militar, na saída de uma estação de metrô, antes mesmo de chegar ao terceiro protesto contra a Copa do Mundo, realizado no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista. A presença da PM, ostensiva, fez com que houvesse um policial para cada manifestante. "Existe um sentimento alarmista de que a ditadura vai voltar, de que se as pessoas forem às ruas vai ter golpe. Mas não vai", afirmou o estudante de letras da USP.
Cinquenta anos depois do discurso histórico do então presidente João Goulart na Central do Brasil, que antecedeu o golpe militar, a defesa de mais democracia e de mais investimentos sociais, em transporte, saúde e educação - e menos recursos para estádios - uniu estudantes, movimentos sociais, militantes partidários e black blocs. Embora com bandeiras diferentes, manifestantes também se uniram nas críticas à repressão e à ação da P.
Segundo o tenente coronel Eduardo Almeida, 1,7 mil policiais foram escalados ontem para garantir a "ordem" e a preservação do "patrimônio público e privado" e acompanhar os cerca de 1,5 mil manifestantes, segundo a PM. No comício de Jango, há 50 anos, foram 2,5 mil homens do Exército para cerca de 100 mil manifestantes.
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