Calote na BrOi. O consumidor ? Que se exploda !
A respeitada publicação Teletime explica tudo, com a integra do “fato relevante”: a Portugal Telecom, principal acionista da Oi, levou um calote de deslumbrantes proporções - perto de US$ 1 bilhão.
Como explicou este Conversa Afiada, aqui, e aqui, a BrOi se encaminha, como o transatlântico Titanic, em direção a um diminuto bloco de gelo.
A PT emprestou a seu acionista, o Banco Espirito Santo, o maior banco de Portugal, os E$ 847 milhões e levou um calote.
Para os não-iniciados em telecomuniquês, cabe aqui uma versão leiga e didática do que aconteceu: o consumidor que se ex-plo-da !
A participação acionária da Portugal Telecom, com o calote retumbante, vai se reduzir na Oi em aproximadamente 40%.
Mas, ela poderá recuperar isso, ao longo de seis anos, se, anualmente, pagar à Oi o que deve – desde que, claro, receba o que o banco Espirito Santo lhe deve.
Zenal Bava, o jenial presidente da PT e da BrOi, continua à frente do negócio.
Como ele é um dos jenios do mercado financeiro que migrou para a telefonia – assim como o imaculado Daniel Dantas -, é provável que ele seja o fiador do acordo que foi feito entre os bancos credores e a PT/BrOi.
Vários bancos brasileiros, entre eles o BTG Pactual, deram garantia firme a recente re-organizaçao societária da BrOi.
E querem o dinheirinho deles de volta.
O consumidor ?
Que se ex-plo-da !
Portanto, a nova tarefa de Bava e da BrOi é levantar grana para pagar os banqueiros.
E a expansão dos serviços da empresa – uma das campeãs do Procon ?
E os sagrados direitos do consumidor ?
Que se ex-plo-dam !
Cadê a governança corporativa ?
Como fica a BNDESPar, subsidiária do BNDES , que entrou com dinheiro do trabalhador (do FAT) nessa patranha, desde lá de trás, quando entregaram a Brasil Telecom com a Oi e deram um cala-a-boca de US$ 1 bilhão ao imaculado banqueiro ?
(Note bem, amigo navegante, a Urubóloga – que devia recorrer ao ideário do (novo) FMI - outro dia dedicou uma colona (*) inteira à BrOi e não citou o imaculado banqueiro ! Um prodigio !)
(Quando o Supremo votar a legitimidade da Satiagraha, com o RE 680967, será possível trazer à luz do sol, esse poderoso desinfetante, as roxas visceras desse negócio.)
A BNDESPar e os sócio brasileiros Sergio Andrade e Carlos Jereissati já dançaram o vira na BrOi.
Agora ficam a chupar o dedo, à espera de um dinheirinho dos portugueses.
E o consumidor ?
Que se ex-plo-da !
Ou o amigo navegante acha que nesse quilombo, como dizem os argentinos, alguém vai pensar em defender o consumidor da Oi ?
Como diz o Oraculo de Atenas, que chamou lá de Caruaru, PE, numa ligação entrecortada de ventos e trovoadas (era pela Oi):
- Imagine que o diretor administrativo da minha empresa emprestou R$ 1 milhão ao meu filho. Eu e os outros sócios não sabíamos de nada. O meu filho não devolve o R$ 1 milhão. O que vai acontecer com a minha empresa, ansioso blogueiro ?
- A sua empresa, caro Oráculo ?
- É. O que vai ser dela, se meu filho não devolver o milhão ?
- Que se ex-plo-da !, Oráculo !
- E com o consumidor dos serviços da minha empresa ?
- Que ex-plo-da !, Oráculo
Em tempo: e o que diz a Anatel sobre tudo isso ? Boa pergunta, amigo navegante !
Em tempo2: e o que diz o Ministro das Comunicações ? Boa pergunta, amigo navegante !
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.