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Campos: Ataulfo (*) cristianiza Aecioporto

Não esperou nem o luto de três dias.
publicado 13/08/2014
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Liga o Vasco, entre perplexo e desolado, para contar o que tinha acabado de ouvir na rádio que troca a notícia.

O âncora noticiava a morte de Eduardo Campos.

Chamou para comentar o famoso imortal Ataulfo Merval (*).

Conta o Vasco que Ataulfo foi rápido e afirmativo.

A morte de Campos, disse o imortal, altera dramaticamente o quadro eleitoral.

A volta de Bláblárina à disputa promoverá uma reorganização nas camadas geológicas da política brasileira.

Vasco ficou atônito.

Nem um voto de pesar.

Atônito ficou o âncora.

Desconcertado.

E, imediatamente, mudou de assunto, ruborizado de constrangimento.

Constrangido também deve estar o Aecioporto, devidamente cristianizado pela Globo.


Paulo Henrique Amorim, com a valiosa colaboração do Vasco


(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".




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