Vamos falar de corrupção, Bláblá ?
O Fernando Brito bate no centro do combate ao moralismo difuso - como fiz o Ciro Gomes - da Bláblá.
Sim, porque não se perde mais tempo com o Arrocho ... Só o Ataulfo Merval (*) ...
Dilma e a corrupção: coragem para bater de frente na televisão
Desde que me entendo por gente, nunca vi um programa de propaganda de quem está no governo se dedicar a tratar, sem meias-palavras, o problema da corrupção.
Mas foi o que, ousadamente, fez hoje o programa de Dilma Rousseff (se você não viu, assista ao final do post).
Didático, com informação mas, sobretudo, com coragem.
Sem mi-mi-mi, mostrando que combate à corrupção não é retórico, não é na base da “garantía soy yo” , mas na criação de mecanismos institucionais de controle.
Foi, claro, uma “trava” na exploração do caso da denúncia premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que a mídia explora seletivamente contra a Presidenta, mesmo sabem do que foi ela quem o afastou e que não tergiversa, pessoalmente, com qualquer tipo de desvio.
Não tenho, sob o aspecto da efetividade, como avaliar este tipo de mensagem, até porque é raríssima no campo da comunicação.
Mas posso afirmar que o programa não passa a ideia de alguém que está encurralada, amedrontada, assustada com a situação criada na mídia.
E, ao contrário, fecha o discurso com a denúncia da hipocrisia, da suposta “moralidade” que encobre a maior das imoralidades: a entrega do país ao controle dos que têm dinheiro, muito dinheiro.
Não sei se dá certo, mas sei que dá gosto.
E quando se vive e se fala as coisas com gosto, em geral se acerta.
PS: No final, você vai ver que, também, o programa toca no principal problema de Dilma: São Paulo
(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".