Diretor da Petrobras manda PiG (*) enfiar bala de prata ...
Saiu no PiG (*) cheiroso:
SÃO PAULO - O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa decidiu manter-se em silêncio durante depoimento na CPI da Petrobras, que ocorre nesta quarta-feira. Ao chegar à sala da CPI, acompanhado de seu advogado, Paulo Roberto pediu que a sessão fosse aberta, mas disse que não vai responder aos questionamentos dos congressistas.
"Me reservo o direito de ficar calado. Pode ser a sessão aberta, mas eu me reservo o direito de ficar calado", afirmou.
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Sobre os riscos que a Bláblárina corria se Paulo Roberto resolvesse dar com a lingua nos dentes na CPI, leia o artigo do Lassance:
SETE HOMENS E UM ESCÂNDALO
Quase metade dos nomes da famigerada lista do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, está ligada às campanhas de Aécio ou Marina Silva.
Antonio Lassance (**)
Se o escândalo contra a Petrobrás era para ser a bala de prata desta eleição, o tiro saiu pela culatra.
Quase a metade dos nomes listados na delação premiada do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, é de políticos ligados não à campanha de Dilma Rousseff, mas à de Aécio Neves e Marina Silva. Dos 16 nomes, sete estão contra Dilma, pública, notória e oficialmente.
O detalhe, que é do tamanho de um elefante, tem passado desapercebido na “grande” mídia. Será por quê?
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), é candidato ao governo do Rio Grande do Norte, apoia Aécio e tem uma chapa formada pelo PSDB, DEM e também pelo PSB.
Romero Jucá, do PMDB de Roraima, declarou apoio e fazia entusiasmada campanha para Aécio. Jucá brigou com Dilma quando foi afastado, em 2012, da liderança do governo no Senado, o cargo quase vitalício que ocupou, pela primeira vez, durante o governo FHC.
Ao finalmente romper com um governo e ir para a oposição, Jucá declarou que o fazia por razões ideológicas e “acusou” Dilma de ser socialista.
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) liderou a resistência que tentou impedir o apoio de seu partido a Dilma. Depois, organizou a dissidência do Diretório do Rio de Janeiro, que apoia Aécio.
A mesma coisa fez João Pizzolatti, que é presidente do PP de Santa Catarina e articulou o apoio desse diretório a Aécio. O PP-SC também fez barba, cabelo e bigode: além de estar com Aécio, o chapão de Pizzolatti inclui a aliança com as candidaturas de Paulo Bauer a governador, pelo PSDB, e de Paulo Bornhausen ao Senado, pelo PSB.
Eduardo Cunha, deputado federal pelo PMDB-RJ, dispensa maiores apresentações. É o inimigo público nº 1 de Dilma dentro do PMDB e foi o principal articulador do apoio majoritário desse partido, no Rio, ao candidato Aécio Neves.
Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, embora publicamente tenha feito declarações favoráveis a Dilma, patrocina a aliança conhecida como “Aezão”, ou seja, a adesão dos tucanos à candidatura do governador Pezão (PMDB), que é candidato à reeleição. Em troca, a maior parte do PMDB fluminense garantiu apoio governista à combalida campanha de Aécio naquele estado.
Eduardo Campos (PSB) – também citado na delação -, como é notório, saiu candidato à presidência da República, levou o PSB para a oposição ao governo Dilma, aliou-se a Marina Silva e organizou as dobradinhas com Aécio em vários estados.
A propósito, até o momento, a defesa de Campos tem ficado restrita a alguns membros do PSB. Marina nem mesmo se deu ao trabalho de rechaçar prontamente as denúncias feitas contra uma pessoa de quem ela se dizia firme aliada por uma nova política.
A enigmática frase da candidata – de que “não queremos ver Eduardo morrer duas vezes” – mostrou que, até mesmo em relação a Eduardo Campos, Marina Silva está mais que propensa, de novo, a mudar de ideia.
Uma simples conferida na lista deixa claro que o escândalo foi qualquer coisa, menos algo feito com o claro propósito de ajudar a campanha de Dilma.
(**) Antonio Lassance é cientista político.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.