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Dilma acertou o tom. A insegurança mudou de lado

Aécio já não era o “desafiador”. Mas o desafiante. E nisso, ele foi xoxo.
publicado 20/10/2014
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Fernando Brito, como sempre, viu à frente:


Dilma acertou o tom



Vou ser bem direto e pouquíssimo passional na análise do debate encerrado há pouco na Record.


Não mexe em nada com mais de 80% dos eleitores que, a esta altura, têm seu voto decidido para o próximo domingo.


A esta altura, exceto por revelações bombásticas, o clima é mais importante que os argumentos.


Como nada do que foi dito na Record foi bombástico, também não são bombásticos os efeitos do debate.


O que não quer dizer que são ou serão pequenos.


Dilma se moderou nas citações numéricas e estatísticas e produziu, de novo, fatos concretos.


Sobretudo na questão da segurança, como já postei aqui, ainda durante o debate.


Os argumentos de Aécio se desmontam com os números e é provável que a própria mídia os tenha de repercurtir.


Mas, insisto, isso não é o essencial.


O essencial é que as pessoas possam se sentir seguras com Dilma, e sentir-lhe a segurança.


A eleição está dividida e como em toda a situação dividida, a confiança que se percebe e se transmite é decisiva.


Aécio pareceu-me bem menos seguro e a muitos deve ter dado também esta sensação.


Claro que não aos áulicos, mas os áulicos servem para bater palmas no estúdio, não mais que isso.


O fato é que a insegurança mudou de lado, em duas semanas.


Depois do desempenho  ”surpreendente” de Aécio no primeiro turno (embora muitos já estivéssemos afirmando muito antes que ele e não Marina iria ao segundo turno)  e do apoio que o tucano recebeu de praticamente todas as candidaturas, exceto a de Luciana Genro, a pergunta já não é mais se Dilma terá condições de resistir-lhe.


Mas se ele terá condições de ultrapassá-la.


Porque, mais que o resultado que se publica, a gente percebe no comportamento dos candidatos quando ele sabe está atrás ou à frente nas intenções de voto, porque tem dados muito mais precisos e confiáveis do que nós.


Aécio já não era o “desafiador”.


Mas o desafiante.


E nisso, ele foi xoxo.


Não poderia, como ocorreu, ter recebido “explicações” da candidata sobre o que significavam as coisas sobre as quais falava, como os bancos públicos, por exemplo.


Nada pior do que se mostrar despreparado. O que, apesar da oratória limitada, Dilma não se mostra.


Ele, muito mais do que ela, precisaria ter exibido solidez, porque depende de um “clima”.


E não exibiu justamente  porque tem pouca solidez.


O debate do SBT, como o da Band,  teve o tom certo para mobilizar apoiadores.


Aécio vinha de seu momento e, pelo visto, não conseguiu capitalizar o favoritismo com que emergiu das urnas do primeiro turno, quando poderia ter abatido a estabilidade que, há meses, a candidatura Dilma apresentava, justamente por ter esta solidez.


Seria uma nova “onda” e a “onda” foi quebrada com o confronto.


Já o  da Record mirou os eleitores, não para os militantes.


E, para eles, Dilma acertou o tom.


Recuperou a segurança, a firmeza, a imagem tranquila.


A de favorita.



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