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É preciso enfrentar os que querem derrubar o Brasil

Fernando Brito: Há Lacerdas em profusão, mas ninguém para chamá-lo de corvo"
publicado 09/12/2014
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O Conversa Afiada reproduz texto de Fernando brito, extraído do Tijolaço:



Para derrubar o Governo, não hesitam em derrubar o Brasil

 


Quando reiniciei este blog, a pessoa que formatou-o para a internet pediu-me uma frase para colocar abaixo do nome e saiu, na mesma hora, uma que eu jamais havia ouvido ou pronunciado.

 


A política, sem polêmica, é a arma das elites.

 


É exatamente este hoje, infelizmente, o retrato da política brasileira.

 


Não há debate, não há contraditório, não há enfrentamento.

 


Parece que querem reeditar os malditos tempos do “pensamento único” que, quase 20 anos atrás, repetia aquela história de que tudo o que precisávamos era “fazer o dever de casa”.

 


Dever de casa, bem entendido, era arrochar salários, demitir funcionários, vender patrimônio e cortar investimentos públicos.

 


Feito o dever, o Brasil foi levado ao desastre que não é preciso descrever e que o país recusou quando elegeu Lula.

 


Agora, é outro o bordão, o da “moralidade”.

 


Com ele, o país se paralisa diante dos problemas econômicos e, paralisado, eles se agravam.

 


Porque, Youssefs e Paulo Roberto Costa à parte, o comando do golpismo – que não está no asfalto da Avenida Paulista, mas muitos metros acima dali – sabem que “é a economia, estúpido” que tem poder para desgastar um governo ao ponto de levá-lo à queda.

 


Para derrubá-lo, é preciso derrubar o país, na percepção pública.

 


A inflação “estoura” a meta, mesmo que seja por 0,06%.

 


O governo tem “rombo”, porque está investindo em obras.

 


Os desvios morais não são de indivíduos, mas de “uma organização”, muito embora os agentes da ladroagem tenham sido demitidos faz tempo, muito tempo.

 


Não importa, porque a paralisia faz com que o governo, mesmo com o novo aval das eleições de há 40 dias atrás, recolheu-se a um autismo total.

 


Acha que a tempestade política se desfará, quando se desfizer a econômica.

 


Esquece que a tempestade política só alimenta a econômica.

 


Porta-se como se seu recolhimento, como o de uma tartaruga, o preservará para quando o perigo tiver passado.

 


Mas o perigo não passa se a dança demoníaca toma conta do salão sem enfrentamento.

 


Há Lacerdas em profusão, mas ninguém para chamá-lo de corvo.

 


Porque as forças de esquerda, quase todas, acoelharam-se e fogem do debate político.

 


Não há polêmica.

 


E sem ela, é só à direita que serve a política.




Em tempo: Ainda no Tijolaço:



Doação “irregular” a Dilma foi igual às feitas a Aécio e a Eduardo/Marina

 


Ficamos sabendo pelo Estadão que o principal “senão” feito pelo TSE  é a doação da Gerdau Aços Especiais à campanha de Dilma – R$ 5 milhões – o que estaria em desacordo com o limite de 2%  do faturamento da empresa.

 


Diz o jornal:

 


“Em despacho na noite dessa sexta-feira, 5, Gilmar Mendes pede à Receita Federal com urgência dados sobre o faturamento bruto da Gerdau Aços Especiais e mais quatro empresas: Saepar Serviços e Participações, Solar.BR Participações, Ponto Veículos e Minerações Brasileiras Reunidas. Juntas, as cinco empresas doaram R$ 8,83 milhões, somando a destinação de dinheiro ao Diretório Nacional do PT com doações diretas feitas à Dilma Rousseff e ao Comitê financeiro para a Presidência da República. “

 


Duas repórteres para escrever a matéria e não têm a capacidade de pesquisar na internet as coisas mais básicas?

 


Como sou um velhinho generoso, ajudo as meninas.

 


O faturamento da Gerdau, ano passado, foi de “apenas” R$ 40 bilhões, ela poderia, em tese ter doado R$ 800 milhões.

 


Mesmo que possa ser a empresa X ou Y do grupo a doadora, R$ 5 milhões cabem com folga em qualquer 2% que se calcule.

 


A menos que…. ah, sim, o que esteja excedendo o limite seja o total de doações feitas pela Gerdau a candidatos.

 


E eles doaram “pra dedéu”, meninas, para gregos e troianos nesta campanha…

 


Querem só alguns exemplos, tirados da página oficial do TSE?

 


O comitê financeiro de Aécio Neves, por exemplo, recebeu os mesmos R$ 5 milhões, como consta dos recibos C45000800000BR000083 e C45000800000BR000218, devidamente registrados no TSE. E o comitê presidencial do PSB recebeu R$ 4 milhões, registrados no recibo C40000800000BR000052. A unica diferença existente é meramente formal, a doação ser feita ao candidato ou ao comitê financeiros do candidato, uma vez que só este pode realizar despesas.

 


Ou será que foi o segundo megadoador listado, a Minerações Brasileiras Reunidas, que faturou, em 2012 (2013 não achei rapidamente na web) R$ 735 milhões?

 


Engraçado, porque a MBR também doou R$ 460 mil para o PSDB Nacional, mais R$ 440 mil para o DEM, mais R$ 500 mil para o PSDB de Minas, além de R$ 500 mil para a direção nacional do PSB de Eduardo campos e Marina Silva.

 


Já a outra empresa apontada como suspeita, a Solar Participações SA, doou, entre outros, para o senador Pedro Taques, paladino da moralidade, e nada menos que R$ 500 mil, pelo recibo  000120300000MT000198 e para o tucano Tasso Jereissati, que levou muito mais que a candidata petista: nada menos que R$ 1,5 milhão, pelo recibo 004560500000CE000015. E o PDDB nacional também ganhou: R$ 575 mil , nos recibos P45000200000BR000362 e P45000200000BR000150.

 


Paro por aqui, para não enfadar meus parcos leitores.

 


Se a razão é ter-se excedido o limite legal, é obvio que a culpa não pode caber ao candidato, mas à empresa.

 


Imagine o prezado amigo ou a dileta amiga recebendo uma doação e dizendo ao doador: quero uma cópia de seu imposto de renda, antes de aceitar.

 


- O quê?

 


- Sim, é que preciso saber se estou dentro de seu limite de faturamento e você vai me dizendo aí para quem mais você doou…

 


- Como?

 


- Lamento, se você não fizer isso, eu recuso sua doação.

 


- Hã?

 


- Hã, nada, vai me passando o seu balancete aí, senão dê o fora.

 


Porque se a responsabilidade pelo suposto “excesso” é do candidato, é de todos os candidatos e comitês que receberam doações.

 


Qual deles vai ser “culpado”?

 


Quem sabe tiram no palitinho?

 


Francamente, é com isso que os tais “técnicos do TSE” e Gilmar Mendes querem anular o voto da população e “melar” as eleições?

 


Ah, menos, não é?

 


Até para ser golpista é preciso trabalhar mais um pouquinho…


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