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Pré-sal: Brasil construirá submarinos nucleares para defesa

Presidenta Dilma ressaltou impotância do projeto em inauguração de prédio do Estaleiro de Construção de Submarinos, em Itaguaí (RJ)
publicado 12/12/2014
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A Presidenta Dilma Rousseff inaugurou, nesta sexta-feira (12), o prédio principal do Estaleiro de Construção de Submarinos no Estaleiro e Base Naval da Marinha, em Itaguaí (RJ), que  será utilizado para a construção de cinco submarinos nucleares brasileiros. O projeto prevê investimentos de R$ 28 bilhões.

No evento, a Presidenta ressaltou  que o complexo naval levará o Brasil a ser um dos cinco países que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU a contar com a tecnologia de construção de submarinos com propulsão nuclear.

“Em um futuro cada vez mais próximo, a força naval brasileira poderá escrever mais um feito na sua história: ter contribuído decisivamente para que a nossa nação, para que o nosso País integre o seleto grupo de cinco países integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas que dominam a tecnologia de construção de submarinos com propulsão nuclear”, declarou.

No discurso, Dilma comentou a importância do projeto para uma defesa bem equipada para defender a soberania do país e  o pré-sal.

“Temos um patrimônio muito valioso a proteger e parte dele está em nossas águas juridicionais. A imensidão da Amazônia Azul guarda recursos decisivos para o desenvolvimento de nosso país como, por exemplo, as riquezas do pré-sal. É imprescindível, por isso, contar com uma Marinha moderna, bem equipada e com efetivos bem preparados para exercer seu papel constitucional de garantir a soberania de nosso país”, lembrou Dilma.

Para Dilma, o projeto, que foi  assinado em 2009, pelo Presidente  Lula e Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França,   contribui para os investimentos na indústria naval.

“Há um segundo objetivo estratégico para os investimentos que estamos realizando aqui: fazer da nossa indústria da defesa um vetor de inovação, de incorporação tecnológica e de expansão da indústria do nosso país. (…) A exigência que colocamos de nacionalização crescente do processo produtivo fortalece nossas plantas industriais e eleva o seu patamar tecnológico. A partir de uma demanda concreta de fortalecimento da capacidade de nossa Marinha, estamos produzindo mais tecnologia, mais inovação, mais desenvolvimento industrial e, sobretudo, mais empregos no Brasil”, acrescentou a Presidente em Itaguaí.

 



 

 

 

Leia parte do discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de inauguração da 1ª etapa do Estaleiro de Construção de Submarinos – conclusão do prédio principal)


Há 21 meses atrás eu estive aqui para inaugurar a Ufem, a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas. Eu volto hoje aqui para celebrar a conclusão das obras do prédio principal do estaleiro de construção de submarinos. Essa unidade principal do prédio... que constitui a unidade principal, o prédio principal desse complexo de estaleiro de construção de submarinos, ela se constitui em mais um passo, mais um passo para fazer aqui o complexo naval de Itaguaí, um verdadeiro polo tecnológico, um polo industrial de imensa relevância para o nosso desenvolvimento, para o desenvolvimento do nosso país. Aqui neste estaleiro, como nós vimos pela apresentação daquele elemento, serão unidos as sessões cilíndricas dos submarinos construídas na Unidade de Fabricação de Estrutura Metálicas. Uma parte extremamente complexa da construção de submarinos terá origem justamente aqui, onde nós estamos. Porque aqui serão integrados os sistemas, e aqui será dado acabamento dos nossos submarinos com todos seus componentes: será instalado o reator, serão instalados os equipamentos de propulsão e isso será um elemento central desse processo. A grandiosidade deste prédio e deste equipamento, ela pode ser resumida em um único dado: nele será possível construir dois submarinos simultaneamente.


Nós chegamos aqui graças à dedicação e à competência da Marinha do Brasil na execução célere do Programa de Desenvolvimento dos Submarinos, na dedicação dos nossos trabalhadores, na expertise das empresas que produzem esses equipamentos no Brasil e na transferência de tecnologia que nós construímos nesta relação que desenvolvemos com a república francesa.


Em um futuro cada vez mais próximo, a força naval brasileira poderá escrever mais um feito na sua história: ter contribuído decisivamente para que a nossa nação, para que o nosso país integre o seleto grupo de cinco países integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas que dominam a tecnologia de construção de submarinos com propulsão nuclear.


Um projeto dessa envergadura exige recursos expressivos e tenho certeza que cada um centavo dos mais de R$ 28 bilhões que estamos investindo no Programa de Desenvolvimento de Submarinos valerá a pena. Aproveito para reafirmar a continuidade do meu apoio nos próximos quatro anos a esse esforço estratégico da Marinha do Brasil, que resultará, estou certa, em mais um passo na construção da prosperidade do nosso país.

(...)


Nossas fronteiras terrestres estão sendo consolidadas cada vez mais. Vivemos em paz e em  cooperação com os nossos vizinhos há quase um século e meio. Isso demonstra um diferencial muito grande do Brasil. Somos uma das poucas regiões do mundo em que nós vivemos há mais de 150 anos em paz com os nossos vizinhos. Nossas relações com o mundo são pautadas pela defesa da paz como valor essencial entre as nações. Nós colaboramos sempre que demandados em forças internacionais de manutenção da paz sob a égide de organismos internacionais. O Brasil é, pois, um país pacífico e assim continuará. Isso, no entanto, não significa descuidar de nossa defesa ou abdicar da nossa capacidade dissuasória. Ao contrário,  nossa capacidade de manter a paz será tanto maior, quanto mais bem equipadas estiverem nossas Forças Armadas e mais forte for nossa indústria de Defesa. Temos um patrimônio muito valioso a proteger e parte dele está em nossas águas jurisdicionais. A imensidão da Amazônia Azul guarda recursos decisivos para o desenvolvimento de nosso país como, por exemplo, as riquezas do pré-sal. É imprescindível, por isso, contar com uma Marinha moderna, bem equipada e com efetivos bem preparados para exercer seu papel constitucional de garantir a soberania de nosso país. Essa base naval, assim como os novos submarinos que serão construídos aqui na próxima década, fazem parte deste necessário e estratégico processo que significa a modernização de nossa Força Naval juntamente com as demais Forças Armadas. Há um segundo objetivo estratégico para os investimentos que estamos realizando aqui: fazer de nossa indústria da defesa um vetor de inovação, de incorporação tecnológica e de expansão da indústria do nosso país.


Nós aprendemos com os países desenvolvidos que o poder de compra do Estado e os projetos de modernização e reequipagem das Forças Armadas podem e devem ser instrumentos em favor do desenvolvimento industrial do nosso país. Aqui em Itaguaí, tendo a Marinha como ator decisivo deste processo, nós estamos fazendo exatamente isso. Nossa parceria estratégica com a França nos garante transferência de tecnologia e formação de profissionais qualificados. Nossos próprios esforços deverão assegurar a sustentabilidade desse processo. A exigência que colocamos de nacionalização crescente do processo produtivo fortalece nossas plantas industriais e eleva seu patamar tecnológico. A partir de uma demanda concreta de fortalecimento da capacidade de nossa Marinha, estamos produzindo mais tecnologia, mais inovação, mais desenvolvimento industrial e, sobretudo, mais empregos no Brasil. Porque produzir mais empregos no Brasil é um compromisso que devemos ter com a nossa população e com o nosso povo. Empregos de qualidade, empregos que nós queremos que cada vez mais contemplem a população brasileira. Dispomos, para isso também, de uma nova legislação, ou melhor dizendo, de novas legislações como a que garante o regime de tributação diferenciado para as indústrias de defesa, acessível às empresas estratégicas credenciadas junto ao Ministério de Defesa. Dispomos também de programas de estímulo à inovação e à parceria entre instituições de pesquisa e empresas, como é o caso do Inova Empresa e das plataformas de conhecimento. Ambos têm como prioridade, também, as indústrias de defesa. Estruturamos uma política que está nos permitindo ampliar os impactos dos investimentos em nossas Forças Armadas, a base naval de Itaguaí, a Ufem, a dinamização, a revitalização da nossa Nuclep, esse estaleiro e os submarinos são parte intrínseca da estratégia de desenvolvimento de nosso país.


(...)



Em tempo: Do Blog do Planalto:



Estaleiro de construção de submarinos vai gerar mais de 40 mil empregos até 2021


O prédio inaugurado pela presidenta Dilma Rousseff na manhã desta sexta-feira (12) faz parte de um complexo que terá investimento de R$ 23 bilhões pelo Prosub em 15 anos. Até lá, estão previstos 9.000 empregos diretos e 32.000 indiretos, com a participação de 600 empresas nacionais, promovendo a geração de emprego na região de Itaguaí. Na construção e projeto dos submarinos convencionais e com propulsão nuclear, serão cerca de 5.600 empregos diretos e 14.000 indiretos.


O Complexo tem também o programa Acreditar focado na região de Itaguaí, com cursos de formação realizados no próprio canteiro de obras para se trabalhar no empreendimento. Já foram formados 438 profissionais nas atividades de soldador, carpinteiro, eletricista, pedreiro, montador, armador e ajudante. Os programas oferecem ainda aulas de inglês e informática, com cerca de 200 alunos.

É o caso de Luciana da Silva Ribeiro, soldadora. Ela foi uma das formadas nos cursos ofertados e já trabalha no empreendimento. Luciana fala da oportunidade profissional que “abraçou”.

“Profissionalmente é uma oportunidade que temos que abraçar. Fiz o curso de solda aqui mesmo, me profissionalizei. Pretendo continuar até o final”, comemorou.

Arimatéia Vaz (57), e Alexandre Vaz (37), pai e filho, são carpintarista e motorista na obra, respectivamente. Ambos moram em Itaguaí (RJ) e avaliam o empreendimento como melhor na qualidade de vida da população da cidade, por não precisar se deslocar para fora do estado atrás de emprego.

“Para a cidade foi muito bom porque criou muito emprego. Antes não tinha trabalho. Tinha que trabalhar fora do estado, agora estou feliz de poder trabalhar na minha cidade”, comenta Arimatéia.

Simone Couto, auxiliar de topografia, está trabalhando na obra há um ano e quatro meses. Ela fala entusiasmada sobre trabalhar na construção de um submarino. “Eu gosto de trabalhar aqui. Construir um submarino é uma novidade. Quando vi um pela primeira vez, fiquei encantada”, disse.




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