OAB reclamou tarde demais !
O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:
A OAB “perdeu o prazo” para protestar contra os arreganhos de Barbosa?
Você viu a repercussão da nota da OAB reagindo aos ataques de Joaquim Barbosa ao fato de o Ministro da Justiça receber advogados e, depois, desancar como corruptores todos os advogados que conversam com autoridades ou juízos sobre seus casos?
Não?
É que os jornais não deram a menor bola para a Ordem dos Advogados, não apenas porque Joaquim Barbosa serve a seus propósitos políticos, mas porque faz com um conveniente espalhafato e falta de decoro.
Mas, com todo o respeito, a própria Ordem dos Advogados tem uma certa parte da responsabilidade por isso estar acontecendo.
Aceitou, ao longo do tempo, o comportamento absolutamente incompatível com o cargo de Presidente do Supremo Tribunal Federal que Barbosa apresentou ao longo de anos.
Tolerou, nele, o retrato pintado por Camões, ao dizer que ” “Ó glória de mandar, ó vã cobiça/Desta vaidade a quem chamamos fama”.
Viu a posição de imparcialidade do juiz, durante todo o tempo, ser enlameada pela posição de acusador, não de julgador.
Joaquim Barbosa foi uma culpa coletiva.
De Lula, que o fez ministro.
De todos nós, que saudamos, afinal, a chegada de um homem negro à Corte Suprema, como parte da imensa dívida que temos a saldar com os afrodescendentes que fizeram boa parte do que é este país.
E dos meios jurídicos – Ordem, Magistratura, Ministério Público – que não perceberam ou não quiseram criticar, assistiram os advogados serem transformados em “cúmplices” das pessoas que defendiam, criminosos ou não.
Joaquim Barbosa é um retrato caricato da Justiça brasileira, um retrato caricato do Brasil.
A ele, a ética e elástica.
Imaginem se Ricardo Levandowsky fosse fotografado no Sambódromo com uma jovem estudante de administração…
Oeque, aliás, é um direito de sua ex-Excelência, a quem não se ataca por moralismos, mas por imoralidades.
Estamos construindo um país muito diferente daquele que sonhamos.
Os heróis da juventude, nos anos 70, com toda a ditadura, eram os Sobral Pinto, os Evaristo de Morais, os Nilo Batista, os advogados criminalistas que, ainda que com clientes que não fossem santos, eram tratados como defensores das liberdades.
Agora, os heróis são os linchadores.
É assim que o fascismo triunfa, sobre a covardia cívica.
PS. Como você vê no post do próprio Barbosa, “ensinar moralidade” pode ser boa fonte de ganhos. Mamãe nunca me cobrou por isso.
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