Dirceu não pediu dinheiro para o PT
Como generosa colaboração a certos procuradores fanfarrões, a delegados aecistas e a juízes de Guantánamo, o Conversa Afiada reproduz nota oficial da empresa do ex-ministro José Dirceu:
Executivo da Engevix confirma à Justiça consultoria de José Dirceu no exterior
O ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada confirmou, em depoimento à Justiça do Paraná, que o ex-ministro José Dirceu prestou consultoria à construtora na prospecção de negócios no Peru e em Cuba. Almada foi enfático em afirmar que nunca falou com o ex-ministro a respeito da Petrobras e que Dirceu nunca fez pedido à empresa para doações eleitorais.
“Ele (Dirceu) se colocou à disposição para fazer um trabalho junto à Engevix no exterior, basicamente voltando a vendas da empresa em toda a América Latina, Cuba e África, que é onde ele mantinha um capital humano de relacionamento muito forte”, disse o empresário. O ex-executivo da Engevix afirmou à Justiça que se reuniu com José Dirceu somente depois que o ex-ministro deixou o governo. “Foi num hotel e, depois, tive duas reuniões no escritório do ministro José Dirceu e ali combinamos uma atuação voltada principalmente para o Peru e Cuba. Fizemos uma viagem para o Peru com o José Dirceu, onde ele tinha um excelente relacionamento. É o que a gente chama de open door, (Dirceu) fala com todo mundo, bota você nas melhores coisas, mas não resolve o close door. A gente tem que fechar contratos. Ele nos colocava em contato com vários tipos de relacionamentos.”
Perguntado sobre o objeto do contrato com a empresa de consultoria de Dirceu, o ex-executivo da Engevix afirmou: “o contrato previa duas fases. Ele não queria correr riscos. A primeira foi assinada com um valor para achar clientes. Uma segunda fase previa acerto de comissionamento”.
No período da prestação de serviços da JD Consultoria, a construtora atuou em estudos para construção de hidrelétrica, projetos de irrigação e linhas ferroviárias no Peru. Durante a vigência do contrato, o ex-ministro José Dirceu fez viagens a Lima, no Peru, para tratar de interesses da Engevix – fato também confirmado pelo empresário Gerson Almada. Também fez diversas reuniões, aqui no Brasil, com executivos da companhia.
As afirmações de Gerson Almada confirmam as declarações do ex-ministro, já encaminhadas à Justiça do Paraná, de que a JD Assessoria e Consultoria prestava serviços com foco na atuação de seus clientes no mercado externo e que nunca teve qualquer envolvimento com os contratos da Petrobras sob investigação da Operação Lava Jato.
Antes, o Conversa Afiada havia publicado:
Dirceu responde a agressão
Quantas vezes Dirceu vai dizer a mesma coisa ?
O Conversa Afiada republica nota à imprensa da empresa de Dirceu, que, se depender da furia do PiG e de certos procuradores fanfarrões, será destruida implacavelmente.
Como seu acionista majoritário.
É o que se chama de "ódio ao PT", tal como expresso pelos 82% de eleitores do Aécio que encheram a Avenida Paulista .
A JD – Assessoria e Consultoria atuou de 2006 a 2014 prestando assessoria a empresas brasileiras e estrangeiras com foco, sobretudo, em prospecção de negócios no exterior. Foram atendidos cerca de 60 clientes de quase 20 setores diferentes da economia, como Indústrias de bens de consumo, Telecom, Comércio Exterior, Logística, Tecnologia da Informação, Comunicações e Construção Civil.
Do total faturado pela consultoria, 85% foi gasto com o pagamento de despesas fixas e operacionais e recolhimento de impostos. A empresa registrou, em média, lucro mensal de R$ 65 mil. O setor industrial foi o mais atendido pela JD, representando 31,79% do total.
O ex-ministro José Dirceu e a JD Assessoria e Consultoria sempre estiveram à disposição da Justiça e prestaram todos os esclarecimentos solicitados pela 13ª Vara Federal do Paraná no curso da Operação Lava Jato. Conforme já informado à Justiça, a relação comercial da JD com as construtoras investigadas não tem qualquer vínculo com os contratos das empreiteiras com a Petrobras.
Independentemente de não ter nada a temer em relação à transparência da atuação da JD Assessoria e Consultoria, a empresa e seus sócios não podem aceitar a decisão da Justiça de quebra de seus sigilos fiscal e bancário sem respaldo legal. O levantamento do sigilo sobre os autos só torna a decisão de quebra ainda mais grave.
A defesa da consultoria entrou nesta terça-feira (17 de março) com mandado de segurança com pedido de liminar demonstrando que a decisão da juíza Gabriela Hardt de autorizar a quebra dos sigilos fiscal e bancário da consultoria e seus sócios é ilegal por violar direitos à inviolabilidade da intimidade e dos sigilos de dados bancários e fiscais, conforme garante o artigo 5º da Constituição.
A defesa explica que a decisão judicial é ilegal porque os fundamentos legais para ruptura da garantia constitucional (artigo 5º) não estão demonstrados claramente pela juíza ou ainda porque os argumentos apontados em sua decisão não são admitidos pelos tribunais. A íntegra do mandado de segurança segue anexo.
Em 28 de janeiro, após tomar conhecimento da motivação e decisão da Justiça de quebrar seus sigilos bancário e fiscal, a JD apresentou petição manifestando seu inconformismo em relação à medida extrema endossada pela Justiça: “A decretação da quebra dos sigilos como primeira medida adotada pela juíza, juntamente como a forma pela qual os sócios tiveram conhecimento da decisão – por meio de contato da reportagem do Jornal Nacional – proferida em processo sigiloso, gerou inegável inconformismo aos sócios da JD – Assessoria e Consultoria Ltda.”