Leitores do C Af julgam Moro
O Conversa Afiada recebeu a colaboração de leitores alarmados com a pretensão do Juiz da Vara de Curitiba, aqui chamada de Guantánamo, de baixar o Código de Processo Penal (ou uma Constituição Federal) só pra ele.
O C Af reproduz alguns comentários, muito melhores do que os dos juristas que o PiG ouviu sobre a alarmante proposta:
mz
Ele quer que a sociedade dê um cheque em branco para o judiciário. Esquece que o judiciário é composto por homens e mulheres passíveis de erros e corrupção. Descendentes daquele cara lá trás que deu uma banana para o paraíso e mordeu a maçã. O Dr. Moro vem agora oferecer esta jabuticaba pra gente?
Spok da Silva
Já pensou um juiz americano se pronunciando assim na mídia sobre um processo em andamento? E pior: propondo que o o réu seja condenado antes do trânsito em julgado? A democracia é mesmo uma coisa difícil de se vivenciar, por isso há tantos candidatos a tiranos.
santo
Dá nisso, dá asas à cobra. O perigo é que ela (a cobra) pode picar a todos nós. Chama-se a isso tirania. E onde fica a presunção de inocência, tão presente no nosso Código Penal? Há que se criar um paisinho para o dr. Moro mandar. Só pra ele. Chau!
Marcos Baltar
Como assim, juiz escrevendo artigo pra jornal durante sobre Operação que está sob seu comando? Ele está fazendo do Paraná a sua passárgada! Isso é uma falta de absurdo!
tbrasilis
na verdade o moro quer apenas inverter um “detalhe” do direito universal:
a premissa existente de que “todos são inocentes até prova em contrário”
o moro quer trocar por “se eu decidir todos são culpados até prova em contrário”
simples… uma mudança básica no direito… simples… bem simples…
Nilson
isto não é juiz, é promotor público.
maria
“A liberdade nunca pode ser tomada por garantida. Cada geração tem de salvaguardá-la e ampliá-la. Os vossos pais e antepassados sacrificaram muito para que pudésseis ter liberdade sem sofrer o que eles sofreram. Usai este direito precioso para assegurar que as trevas do passado nunca voltem.”
Mandela, Nelson
Discurso (1999)
Em tempo…Liberdade é aquilo que um Juiz do Paraná concedeu ao suposto primo preso pelo GAECO e que o Renato Duque por não ser “suposto primo” do governador do Paraná, não terá.
paul moura
Sério quando li isso pela manhã achei que estava no meio de um pesadelo.
Também achei que já tinha visto e vivido todas as mazelas que um ser humano pode produzir (podemos trocar mazelas por imbecilidades).
Sério como um “juiz”, ou melhor, juizes, podem imaginar e se expor a tamanha arbitrariedade. Uma coisa dessas vai além de qualquer ditadura, muito além. AI-5 é muito mais inofensivo que uma proposição desse teor!
Só há uma palavra para conceituar uma proposição dessas: BARBÁRIE!
heloisa
Tenho vontade de rasgar meu diploma de Direito! Eu que trabalhei quase 10 anos em vara criminal estou abismada com a intijuridicidade e injustiça do que diz este Juiz! Então o errado é o processo? Pois se é o processo que dá ao réu todas as garantias de defesa e respeito constitucional! Este sr. fala em prender primeiro e apurar depois? Bem, já é o que ele está fazendo! OAB, cuidado!!!!!!
Eusinha
Seletividade na aplicação da lei, exceção, excepcionalmente.. É a Lei do Moro.
leopoldo
Mais um exemplo da combinação perigosa de Vaidade e Poder para um déspota. Ele não se contém mais em se expressar nos autos.
Zilda Maria Mello
Preocupante!!!!! Como é quem tipificaria os crimes graves em concreto?
Eudes Gouveia
Quando Moro diz que as leis precisam ser alteradas ele reconhece que as que estão em vigor não permitem a prisão para cumprimento de sentença de primeira instância (que pode ser modificada por recurso) antes do trânsito em julgado para o réu primário. O que o Moro faz não passa de uma defesa e/ou satisfação ao público pois sabe que suas decisões serão modificadas, ele sabe que ultrapassou a barreira da legalidade e pede pelas “mudanças das leis” para tirar o seu da reta junto ao público robotizado.