Wagner sobre Temer. E a Defesa (do pré-sal) !
Jaques Wagner fez a primeira viagem internacional como Ministro da Defesa com o rigor do ajuste.
Viajou de classe Econômica da TAM, sem ajudante de ordens.
O Itamaraty teve que pagar do próprio bolso a passagem do Ministro Rodrigo Baena, que o acompanhava.
Foi solidificar a aliança militar entre os países da UNASUL.
E tentar vender caças Grippen, que o Brasil produzirá com absorção de tecnologia da sueca SAAB-Scania.
Como se sabe, a renovação da Defesa é uma imposicão do pré-sal.
(Não perca Wagner e Rebelo, em defesa da DEFESA.)
(E a Dilma, o que eles querem é meter a mão no pré-sal!)
Na Argentina, Wagner pode demonstrar que segue religiosamente a linha da Dilma: a Temer o que é de Temer !
Temer vai governar o PMDB ?
O PMDB é ingovernável !
O Temer vai poder domesticar o PMDB ?
Talvez.
Se não ele, quem ?
Wagner não se cansa de lembrar que, na primeira reunião ministerial do segundo mandato da Dilma, quando o advogado do Farol de Alexandria encomendou o parecer golpista do professor Yves Gandra, logo após o "não devolve" Gilmar reeditar um opúsculo ensebado sobre o impeachment, nesse ambiente de treva espessa, na reunião dos ministros, Temer fez o discurso de abertura, e deu uma aula de Direito Constitucional, especialidade dele.
A Presidenta não pode sofrer impeachment por ato que não cometeu no mandato de Presidenta !
Wagner considera que a lealdade de Temer a Dilma tem sido exemplar.
Temer conseguirá conter a desvairada ambição do Eduardo Cunha ?
Difícil.
Mas, diante do Temer, Vice-Presidente e Presidente de seu Partido, a desmedida petulância do Cunha pode vir a ser limitada.
Difícil.
Cunha está com a mosca azul da Presidência da República.
O PMDB já lançou o Eduardo Paes, favoritíssimo na Barra da Tijuca e na colona (ver no ABC do C Af) do Ancelmo, no Globo – e nada além …
(O problema é que o Paes traiu cedo demais.)
O Cunha, também, não chega a Irajá...
Mas, a mosca azul desconhece a geografia da ZN e da ZS do Rio.
Temer saberá conviver com isso e com a pretensão do PMDB de ter mais dois ministérios.
O do Turismo, com o Henrique Alves.
E um outro para o Renan, que vai ceder o lugar do Turismo ao Alves …
O apetite do PMDB tem tantos fios quanto a cabeleira branca do Wellington Moreira Franco.
Diante desse quadro, Wagner deve se lembrar de como montou o bem sucedido Governo da Bahia, quando ganhou duas vezes no primeiro turno, contra o carlismo, o Globope e a Datafalha.
Lá estava o PMDB, que lhe deu o vice …
Wagner, Dilma, Temer são todos, nesse episódio, personagens de uma estratégia mais ampla: a do Lula !
Em tempo: o Conversa Afiada reproduz nota do Ministério da Defesa:
Ministros da Defesa do Brasil e da Argentina assinam “Declaração pela Democracia e a Paz”
Buenos Aires, 7/4/2015 – Os ministérios da Defesa do Brasil e da Argentina assinaram declaração conjunta iniciando conversações para a venda de 24 caças Gripen NG para a Força Aérea do país platino.
A previsão do negócio consta da “Declaração pela Democracia e a Paz” assinada pelo ministro Jaques Wagner e seu par argentino, Agustín Rossi, após reunião bilateral realizada nesta terça-feira (7), na capital Argentina.
Em sua primeira viagem oficial ao exterior à frente da Defesa, Jaques Wagner destacou a escolha da Argentina como o primeiro país a ser visitado por ele e o caráter estratégico da aliança com aquele país, considerado fundamental para a integração regional da América do Sul. O ministro disse que foi uma decisão política que atende ao interesse de fortalecer a parceria e a cooperação no campo da defesa.
O ministro da Defesa da Argentina, Augustín Rossi, além de abrir as negociações para a compra dos 24 caças Gripen NG, também reiterou a intenção platina de adquirir seis aeronaves cargueiros KC-390 – projeto brasileiro que tem os argentinos como parceiros em seu desenvolvimento.
Os caças Gripen NG, desenvolvidos pela multinacional sueca SAAB, serão produzidos no Brasil. Em outubro de 2014, a Força Aérea Brasileira (FAB) assinou contrato para a aquisição de 36 aeronaves - 28 unidades monoplaces (para um piloto) e 8 biplaces (para dois tripulantes).
Os caças serão entregues entre 2019 e 2024. O investimento previsto é de US$ 5,4 bilhões. A maior parte das aeronaves encomendadas pela FAB será produzida em território nacional em parcerias com empresas brasileiras, que se beneficiarão da transferência de tecnologia prevista no contrato com a companhia sueca.
Unasul e Zopacas
Na declaração conjunta, os ministros da Defesa dos dois países reiteraram a importância de manter o Atlântico Sul como uma área livre da presença de armas de destruição em massa, nos marcos definidos pela Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas) – organismo das Nações Unidas do qual Brasil e Argentina, além de 22 outros países, são signatários.
Wagner e Rossi também trataram da cooperação multilateral no âmbito do Conselho de Defesa Sul-Americana (CDS) – órgão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O ministro argentino celebrou a evolução do projeto de criação da Escola Sul-Americana de Defesa, que fortalecerá, tanto entre militares como civis, um pensamento estratégico em nível regional.
Outro assunto tratado pelos ministros foi o projeto do Avião de Treinamento Básico da Unasul, iniciativa que objetiva coordenar a cadeia produtiva dos diversos países sul-americanos, bem como o fortalecimento da base industrial de defesa do continente.
Wagner e Rossi reafirmaram ainda a vontade de intensificar a Cooperação Antártica no apoio logístico e no trabalho conjunto na área científica realizado na região.
Ao fim do encontro, em entrevista à imprensa argentina, Agustín Rossi lembrou que Brasil e Argentina tem tradição nas relações na área de Defesa, e que os dois países estão engajados em “aprofundá-la permanentemente”.
Já o ministro Jaques Wagner reiterou que fez questão de visitar o país vizinho em sua primeira viagem oficial, pois as duas nações têm uma “parceria importante nesse novo conceito de Defesa” da América do Sul. Wagner aproveitou o encontro para convidar Augustín Rossi para o voo inaugural do cargueiro KC-390 – a aeronave já realizou um sobrevoo técnico.
Paulo Henrique Amorim