Moro é uma das vítimas de Abdelmassih
O produtor Leandrinho, meu colega no Domingo Espetacular, Leandro Ruiz SantAna, foi quem achou e prendeu o monstro Roger Abdelmassih.
Assim como Daniel Dantas, outro “brilhante” brasileiro, Abdelmassih mereceu do Ministro Gilmar um habeas corpus nas férias do Judiciário – e sumiu !
Quem o achou e entregou à Polícia brasileira e paraguaia, em Assunção, foi o produtor Leandrinho.
Segundo o detrito de maré baixa, uma testemunha de Daniel Dantas - diria o Mino, “é tudo a mesma sopa ! - um notório Cláudio Tognolli recolheu o depoimento de uma das vítimas do Dr Abdelmassih, e transformou num livro, “Bem-vindo ao Inferno, a História de Vana Lopes”.
“Bem-vindo ao inferno”, foi como Vana Lopes saudou o Dr Roger, quando chegou algemado ao aeroporto de Congonhas, São Paulo.
Segundo Tognolli, teria sido Vana, quem, numa investigação solitária, obstinada, conduzida através, sobretudo, do computador, achou e prendeu o monstro.
Só que não é bem assim.
Tognolli foi uma das inúteis testemunhas de Daniel Dantas num processo que move contra o ansioso blogueiro, no Crime.
Tognolli fez afirmações de que se arrependerá, breve, quando receber documento da Justiça, depois de o (excelente) advogado Cesar Marcos Klouri – que coleciona vitórias contra Dantas e assemelhados - interpelá-lo por algumas observações inverídicas.
Tognolli é também o ghost writer da grande “obra” de um ex-policial, da família Tuma, que saiu a acusar o Lula de inverdades …
Tognolli pisa em areia movediça, com frequência.
O Leandrinho chamou a atenção do ansioso blogueiro para a “reportagem” do detrito sólido de maré baixa a respeito do próximo lançamento do livro de Vana e Tognolli.
- E, aí, Leandrinho, o que dizer da D Vana e do Tognolli, a testemunha ?
Seguem algumas poucas observações que o ansioso blogueiro recolheu de conversa com Leandrinho, que, estupefato, foi ao livro propriamente dito:
Página 216 - Vana diz que conversou com uma enfermeira de Jaboticabal e que foi ela quem passou as iniciais das crianças, J e M. Na investigação os nomes de Jorge e Maria (filhos de Roger) apareceram em grampos telefônicos em conversas gravadas com autorização da Justiça nas linhas seguras. Vana nunca soube o nome deles. Só soube das iniciais por causa da matéria do Leandrinho no Domingo Espetacular.
Páginas 222 e 224 - Vana diz que ligou para uma drogaria e descobriu o nome do psiquiatra Carlos Alberto Saad. O nome dele apareceu nas investigações em cima de Maria Stella Amaral Abdelmassih, irmã do médico foragido. Mais uma inverdade. Vana nem sabia da história do psiquiatra e nunca conversou com Leandrinho a respeito disso.
Página 236 - O livro afirma que Vana descobriu que uma funcionária da Agropecuária Colamar, da Fazenda de Roger, era carente e gostava de namoros virtuais. Na sequência, diz que tentou convencer ela a passar informações sobre o patrão (Roger), mas ela não cedeu. Foi, então, que decidiu criar um fake na internet e engatar um romance com a empregada com o nome de Mário Correa, um marceneiro. Isso não levou a nada. Na investigação isso não existiu, não teve a mais longinqua utilidade . Já o detrito sólido de maré baixa diz que "foi dessa cruzada virtual que também surgiu a derradeira pista". Falso !
Página 267 - O livro afirma que Vana fez uma busca em todos os cartórios do Brasil e, por isso, deduziu que as crianças haviam nascido fora do Brasil. Aí, afirma: "Depois, o nome dos gêmeos descobrimos, eu, Leandro e Gaeco", quase ao mesmo tempo.
Falso.
Ainda afirma que foi através do casal que "nos levaram até o endereço fatal".
Ela não sabia onde Roger estava.
Página 381 - O próprio livro conta como foi a prisão, segundo a Vana. O que ela não contou é como tentou driblar o Leandrinho, que já havia deixado de falar com ela há meses.
Leandrinho só dava a Vana algumas dicas, quando precisava que ficasse quieta, pois demonstrou que não era confiável e – Leandrinho suspeita - repassava o que ele investigava a outras pessoas.
Quando Leandrinho viajou ao Paraguai pela segunda vez (ela nem ficou sabendo da primeira), ligou a ela e disse para ficar mais quieta do que nunca.
Leandrinho contou que estava indo para Sorriso (Mato Grosso) e que havia localizado Roger lá.
Assim que Roger foi preso em Assunçao, Leandrinho avisou à Record. Quando faltavam 5 minutos para entrar a notícia no ar, ele cumpri o que havia prometido a Vana e ligou avisando que o cara tinha sido preso.
Não disse a cidade.
Menos de dois minutos depois o Promotor do caso mandou uma mensagem - que Leandrinho guarda até hoje - perguntando se Roger havia sido preso em Sorriso-MT.
Ele disse a Leandrinho que estava com uma repórter da Veja ao telefone, que tentava confirmar a informação.
No livro, Vana tenta dizer que foi confusão.
Mas, Leandrinho tem provas de que não foi.
Além de demonstrar por que Leandrinho não podia confiar nela, o episodio comprova que ela não tinha a menor noção de que o monstro estava no Paraguai.
E, portanto, ela e o Tognolli perderam o ponto mais importante da investigação: o que levou a localizar Roger em Assunção.
Só quem sabia o que estava acontecendo eram a PF, o MP e Leandrinho.
Que, na verdade, levou a PF e o MP ao monstro.
O livro de Leandrinho está quase pronto e, breve, chega aos leitores.
E o Juiz Moro, como é que ele caiu nessa sopa de Gilmar, Adelmassih, Tognolli e Vana ?
De uma forma lamentável, com uma tese de arrepiar os cabelos.
O Dr Moro, como se sabe, parece sentir uma irrefreável atração por holofotes.
Holofotes da Veja, da Globo e, agora, de um livro bomba (mesmo que seja uma bomba do tipo chabu).
Acendem-se as luzes e o insigne Juiz aparece.
Ele escreveu o prefácio do livro !
E diz, sem meias palavras:
“Fazer justiça com as próprias mãos é a clássica metáfora (sic) da irresignação. (“Metáfora”? - PHA) Vana é a mãe espiritual de uma nova prática (sic). Trata-se, agora, de fazer justiça (sic) com o próprio mouse, em que a cidadania conectada (sic) é a maior (maior ??? - PHA) arma da Justiça vigente: as redes sociais responsivas e responsáveis” (!!!)
Como é que é ?
Em lugar de recorrer à Lei, o negócio é sair por aí, pelas redes sociais, de “arma” em punho, a dar “tiro” pra todo lado, até fazer a própria Justiça ?
Quer dizer que um Juiz de Direito menospreza o papel da Justiça numa sociedade dita civilizada, para pregar a Justiça pelas próprias mãos, travestidas de mouse ?
É a Lei da Selva 2.0 ?
Basta um mouse, mirar num inimigo, ficar à espreita !
Antes, se usava a carabina, o rifle.
Agora, o mouse !
Não é surpresa para ninguém, não é isso, amigo navegante ?
O Dr Moro, ele mesmo, faz Justiça com o próprio mouse !
Rodou, rodou, e o Dr Moro foi cair na sopa do Gilmar !
E paneleiro é o Tognolli !
Viva o Brasil (e o Leandrinho) !
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: esse Bessinha... o Moro acaba mandando ele para Guantánamo ...