Quem diz que Fachin é o último da Dilma no STF ?
O Globo e seu Sócrates ou Platão, o Ataulpho Merval (ver no ABC do C Af) tem a mania de querer mandar no Supremo.
Depois de tentar, com fúria e ódio, impedir a nomeação do Ministro Fachin - exuberantamente aprovado no Senado, duas vezes - agora a manchete do Globo impôs:
"Dilma vence e indica seu último ministro para o STF"
Quem disse, Saleme ? (Leia em tempo sobre "artigo" do professor Falcão.)
A nomeação de Fachin muda de forma considerável a composição, a química e a densidade do STF.
Primeiro, porque substitui um Ministro que Fachin supera em densidade técnica, no campo do Direito.
Segundo, porque tem em relação a Joaquim Barbosa, uma experiência profissional mais ampla, versátil e rica.
Terceiro, porque ele é o que é: um garantista e progressista.
Não precisa mudar de personalidade nem de inclinação política para provar, no Supremo, que não é o que pensam que é.
E quarto, porque ele demonstrou uma competência política exemplar.
Foi para a arena do debate público, nas redes sociais, e enfrentou onze horas de implacável fuzilaria dos caiados, cassios, aloysios 300 mil, magnos, ferraços e outros de relevância mais diminuta ainda.
Fachin chegou para mudar o Supremo.
Antes de chegar.
Com ele, o Supremo fica mais parecido com a coalizão política que Governa o Brasil, por mandato da soberania popular.
Como disse ele na sabatina: o Legislativo tem precedência sobre o Judiciário.
Porque os membros do Legislativo são escolhidos pelo povo !
E os ministros são ministros do Supremo porque escolhidos por quem foi eleito pelo povo, e referendados por uma Casa eleita pelo povo.
O Gilmarismo chega ao fim !
O do "meu Presidente !".
O Supremo Gilmarista não vai mais governar o Brasil - durante o exercício de suas funções regulares, do calendário, nem nos recessos !
O presidente Lewandowski passa a dispor, com Fachin, de um outro parceiro para causas inadiáveis, como a revisão do escandaloso perdão que o Supremo ofereceu à Lei da Anistia !
Fachin é mais do que um voto.
Fachin é um acervo intelectual e político.
E certos ministros talvez não se sintam à vontade no novo ambiente.
A taxa de azedume, ressentimento, ódio submerso, revanche mal dissimulada - tudo isso diminuiu significativamente.
E certos votos talvez não tenham mais o dessassombro de ser pronunciados, diante do novo Juiz.
Fachin não será a última indicação de Dilma ao Supremo.
Essa Lei da Bengala ainda será uma bênção, não é isso, Ministro Gilmar ?
Por falar nisso: quando é que o senhor devolve ?
Está feliz, por decidir processar um jornalista brilhante, que o combate no campo das ideias, o Luis Nassif ?
Pretende usar a "tecnologia" Daniel Dantas - tentar calar jornalistas impertinentes no Judiciário, pelo bolso ?
Considera-se realizado ?
Se a resposta for afirmativa, aproveite a euforia incontida, e devolva !
Mas, cuidado: o Nassif pode lhe aplicar a mesma acachapante derrota que o Rubens Valente e o Klouri lhe impuseram.
Em tempo: no Globo, Joaquim Falcão, professor da FGV do Rio, um think-tank da Casa Grande, autor da orelha do livro do Ataulpho Merval - agora, o Brasil deu para ter orelhas e prefácios mais importantes que a obra, como o do Moro. Quá, quá, quá ! -, pois, Joaquim Falcão diz no Globo, ao analisar a nomeação de Fachin:
"No Supremo não deve ser o partidarismo do candidato que faz o cargo. Mas, a independência do cargo que faz o Ministro".
Bravo, professor Falcão !
Vá dizer isso, por escrito, no Globo, do Gilmar !
Paulo Henrique Amorim