Ministro Bierrenbach entende de corrupção
Uma associação de ex-alunos da Faculdade de Direito de São Paulo redigiu um majestoso manifesto para sugerir a renúncia da Dilma.
Exercício inútil.
Há tanta chance de a Dilma renunciar quanto o Fernando Henrique de explicar ao neto como comprou a reeleição.
Há signatários ilustres, como o tucano Miguel Reale Jr que tem tanto apreço aos trâmites constitucionais, que mandou o Aecím às favas na companhia de seu sonho de impítim.
Outro ilustre signatário é o professor Modesto Carvalhosa, pioneiro da congregação de 1001 advogados que servem ou serviram a Daniel Dantas.
Está na edificante companhia do Tiaguinho Cedraz, o da tarja preta do JS, que Dantas contratou para defendê-lo no STJ, que iniciou o derretimento da Satiagraha.
Mas, com certeza, para provar sua inequívoca imparcialidade, o Juiz Moro subirá as escadas do STJ e desvendará a identidade do tarja preta.
O redator do inútil manifesto de advogados pro-renúncia é o ex-ministro do Superior Tribunal Militar, Flavio Flores da Cunha Bierrenbach.
Esse ágape de doutos paulistas de primitiva sensibilidade política não se inscreverá na biografia do ex-ministro.
Nela se assenta um processo judicial memorável.
Bierrenbach era um jovem político do MDB.
Numa feroz campanha, acusou o Padim Pade Cerra (ver no ABC do C Af), o Místico da Moóca, de se enriquecer quando Secretário do Planejamento do Governo Montoro (vem de longe...)
Cerra revelou-se indignadíssimo e processou Bierrenbach.
O Juiz Wálter Maierovitch de pronto iniciou a ação reparadora.
A integridade moral da vítima precisava ser restaurada !
Bierrenbach pediu "exceção da verdade", ou seja, o direito de provar o que dizia.
Em nome da Verdade e da Justiça, Maierovitch lhe concedeu o direito.
E a partir daí, Cerra se desdobrou em múltiplas instâncias e recursos para abafar o caso.
Ou seja, impediu que a Justiça provasse que não era ladrão !
Não quis se defender do acusador !
Mais tarde, num processo que moveu contra Amaury Ribeiro Jr, autor do clássico "A Privataria Tucana", Cerra teve uma vitória amarga.
Como a do Aecím na eleição de 2014.
O juiz, de fato, admitiu que Amaury tinha ofendido Cerra.
E mandou Amaury indenizar Cerra em R$ 1.
R$1 !, amigo navegante!
Não dá nem pra comprar um sorvete que a filhinha do Cerra produz em sociedade com um dos homens mais ricos do mundo.
É provável que o juiz que avaliou a honra do Cerra em R$ 1 tivesse conhecimento da página que enriquece a biografia do Ministro Bierrenbach!
Em tempo: amigo navegante faz correção histórica: o encontro dos advogados pro-renúncia foi, na verdade, a última reunião dos conspiradores secessionistas da "revolução" constitucionalista de 1932. Coisa de coxinha paulista, perrepista.
Paulo Henrique Amorim
Leia também:
JURISTAS DIZEM NÃO AO GOLPE!