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53% dos brasileiros apoiariam um Golpe militar

48% acham que Dilma foi vítima de um Golpe
publicado 07/05/2018
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Do PiG Cheiroso:

Cresce apoio à hipótese de golpe militar, diz pesquisa


Diante de um quadro de "muito crime no país" ou diante de "muita corrupção", há mais brasileiros que concordam com a hipótese de um golpe de Estado liderado por militares do que discordam. Em onze anos em que esse tipo de pesquisa quantitativa tem sido feita por diferentes instituições, mas com o mesmo método científico, é a primeira vez que o desapreço pela democracia atinge tal estágio.

Os dados são de um levantamento feito entre 15 e 23 de março, com 2,5 mil entrevistas em 26 estados (exceção foi o Amapá), pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, parte do Programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). O Instituto é composto por representantes de quatro instituições acadêmicas principais (UFMG, Iesp/Uerj, Unicamp e UnB) e a pesquisa será material de estudo a ser destrinchado o ano todo.

Conforme o estudo, (...) 53,2% dos pesquisados afirmaram apoiar um golpe militar "em que o país fosse palco de muitos crimes", (...) de acordo com a pergunta do questionário. Os que discordam disso somam 41,3%. Outros 5,6% não responderam ou não souberam responder.

Em relação a um quadro de muita corrupção, o golpe de Estado seria justificado para 47,8%. Os que divergem desse entendimento são 46,3%. Há 5,8% que não responderam ou não souberam responder.

Esse padrão de comportamento não ocorre quando os entrevistadores alteram a premissa da pergunta. Diante de uma situação de muito desemprego ou de muitos protestos sociais, a ideia de um golpe militar recebe menos apoio popular. Nesses dois casos, quase 7 de cada 10 brasileiro não concordam que o ato antidemocrático seria justificado (...)

Liderada pelo cientista político Leonardo Avritzer, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pesquisa captou uma série de outros indícios de enfraquecimento da democracia no Brasil. O percentual de brasileiros que afirmam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a democracia, por exemplo, é o mais baixo de uma série que começa em 2002: apenas 19,4%.

(...) Outra evidência do processo de enfraquecimento da democracia no Brasil é a queda da confiança nas instituições. A mesma pesquisa captou um conjunto de dados nessa direção.

Um dos mais impressionantes é o da avaliação do desempenho de deputados e senadores, que tradicionalmente sempre foi baixo e, ainda assim, cai sucessivamente desde 2002. Dezesseis anos atrás, o trabalho dos congressistas em Brasília era aprovado por 34,3% dos brasileiros. Essa taxa recuou para 26,2% em 2006, caiu para 19,3% em 2010, 15,8% em 2014 e, próxima do chão, é de apenas 5,4% hoje.

Tendência ainda mais acentuada foi observada em relação à Presidência da República. A aprovação de 43% em 2006-ano em que Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de então, se reelegeu- despencou para 9,6% em 2018. Combina com a baixíssima aprovação do presidente Michel Temer captada por outras pesquisas. Algo sempre próximo a 5%.

Taxas que podem ser consideradas baixas - com menos de 40% na soma das respostas "confio muito" e "confio mais ou menos" - também foram observadas para os partidos políticos, 8,5%; para o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, o MST, 20,6%; para os sindicatos, 27,8%; para as organizações empresariais, 29,2%; para os movimentos sociais, 35,7%; e para o Poder Judiciário, 39,4%. No polo oposto, as instituições com as melhores taxas de confiança foram as igrejas em geral, com 63,8%; a Polícia Federal, com 63,7%; e as Forças Armadas, que alcançaram 61,1%.

"O que há é um quadro de desconfiança radical e absoluta nas instituições e nas pessoas", disse Avritzer em entrevista ao Valor. "O marco inicial disso é junho de 2013, quando jogaram a desconfiança em cima de todos. Agora, a crise joga a institucionalidade nessa vala comum." (...)

Também no PiG Cheiroso:

Para 48% dos brasileiros, Dilma sofreu golpe em 2016


Para 47,9% dos brasileiros, a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu um golpe quando foi afastada do cargo em 2016. Uma quantidade ligeiramente menor, 43,5%, entende que impeachment da petista foi um evento "normal" que "faz parte do processo democrático". (...)
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