Aragão detona o novo PGR: "é a cara do governo Bolsonaro"
O ministro Aragão, em abril de 2016 (Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil)
O jurista Eugênio Aragão, ministro da Justiça da presidenta Dilma Rousseff (ela acertou por último...) e vice-procurador-geral-eleitoral entre 2013 e 2016, concedeu entrevista à Rádio Brasil Atual.
Um dos temas da conversa foi a indicação, pelo presidente Bolsonaro, do subprocurador Augusto Aras para assumir a Procuradoria-Geral da República (PGR), atropelando a lista tríplice do Ministério Público.
Antes de assumir o posto, Aras, supostamente alinhado ao bolsonarismo, ainda irá passar por uma sabatina no Senado.
Aragão, entretanto, foi categórico:
"É um certo oportunismo. Eu não vejo Augusto Aras alinhado com ninguém. Ele não é nem Bolsonaro, nem nada. Ele queria era ser Procurador-Geral da República. Ponto. Nada mais."
Ele continua:
"Ele se ofereceu para isso, articulou para isso. (...) Ele vai comendo pelas bordas, vai procurando as pessoas da proximidade do poder, até chegar a quem lhe interessa. Ele sempre agiu dessa forma. E, para isso, ele vende tônico capilar: ou seja, ele fala para o cliente, para o freguês, aquilo que o freguês quer ouvir."
"E isso, nas suas andanças pelo Senado, ficou muito claro: para o senadores da bancada do PT, ele fala que a Lava Jato precisa de um freio, que ele não vai se submeter ao Bolsonaro. E, pra bancada dos bolsonaristas, ele vem com um discurso moralista... Enfim, cada um recebe aquilo que quer ouvir."
"Ele é a cara do governo Bolsonaro: me parece que Bolsonaro gosta desse tipo de perfil, a pessoa sem características, sem qualidades expressivas. (...) Quem é escolhido por Jair Bolsonaro é escolhido à sua imagem e semelhança. Não se pode esperar outra coisa", concluiu Aragão.
Ouça a entrevista completa:
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