Aragão quer anular a delação do Joesley
O Estado (Janot) não pode ser malandro!
publicado
06/09/2017
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Eugênio Aragão, Ministro da Justiça do Governo Dilma (ela acertou por último - leia "por que os bandidos procuraram o zé Cardozo?") já tinha despido o Janot.
Agora, completa o serviço de saneamento:
Eugênio Aragão sobre delações: "O Estado não pode ser malandro"
Procurador da República aposentado, que ocupou o cargo de vice-procurador-geral eleitoral em parte do mandato de Rodrigo Janot como procurador-geral da República, Eugênio Aragão defende a nulidade da delação de Joesley Batista. Para ele, Janot deixou de "exercer a chefia do MP". "O Estado não pode ser malandro", diz Aragão, sobre o episódio dos sócios da JBS.
Rodrigo Janot errou?
— Desde o início, ele entregou o controle da Lava-Jato aos colegas. Ele mesmo não esteve à frente. Delegou muito e confiou muito no grupo dele. Ele deveria centralizar tudo e mandar para Curitiba o que entendesse que não é de interesse do Supremo. Afinal, rabo não abana cachorro. Deixou de exercer chefia do MP.
Quais as consequências?
— É caso de nulidade. As delações do Joesley, do Delcídio Amaral e outras. Em todas essas, houve metodologia antiética do MP. A gente não pode trabalhar com esse tipo de sistema. O Estado não pode ser malandro.
As delações têm sido peça-chave na Lava-Jato. Como a operação vai prosseguir?
— A delação não pode ser uma negociação para obter a prova que você quer. As pessoas acabam extorquidas a entregar o que, talvez, nem tenham para entregar. Não se pode exercer pressão sobre testemunhas. Essas delações são tudo, menos voluntárias. Até acredito que Joesley tenha sido exceção. Mas a maioria dos delatores foi oprimida pelas circunstâncias. Não está certo e tem de ser revisto.