As milícias explicam a queda de Bebianno?
Quem manda querer transformar hospital público em público?
publicado
18/02/2019
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Milicianos da Zona Norte do Rio cobram pelos serviços que o hospital público realiza (Reprodução: ABORL-CCF)
Amigo navegante enviou ao Conversa Afiada esse texto precisou ser levemente editado para que pudesse ser oferecido aos perplexos navegantes:
Muitas vezes o que está visível não é o que alguns devem enxergar. Esse pode ser o caso deste escândalo gravíssimo do recém-iniciado governo Bolsonaro. Vamos entender algumas coisas e a primeira é entender do que ele está sendo acusado: o diretório estadual de Pernambuco do PSL repassou 400 mil reais do fundo partidário a uma candidata que teve menos de 300 votos e o dinheiro foi repassado a apenas 3 dias do pleito, evidenciando mais uma laranja do PSL, que Bebianno presidia.
Bem, é algo grave, sim, porém, o Ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, esteve no centro de um caso idêntico, e inclusive nesse episódio esse Ministro estava diretamente envolvido no caso de repasse ilegal da verba de campanha.
E o que aconteceu com ele? Foi prestigiado pelo Presidente com declaração de total confiança. Vale lembrar que é público e notório que o atual governo não tem problema algum com "laranjas", já que o próprio filho do Presidente tem um laranjal a perder de vista.
Então, por que essa fritura pública de Bebianno? Não é estranha uma reação tão feroz se, em casos semelhantes, foram complacentes e coniventes?
Há pouco mais de uma semana, Bebianno esteve no Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio e, em reunião com o Diretor do Hospital, declarou guerra à milícia que, há algum tempo, tomou conta desse hospital, onde, na prática, são eles quem dirigem a entidade, determinando tudo o que lá pode ser feito, até quem e em qual ordem será operado.
Paralelamente a milícia cobra por todos os procedimentos executados no hospital, que é público. Em um vídeo que circulou pela internet, Bebianno faz declarações duras como "ou aprende pela dor ou pelo amor" ao Diretor do Hospital, em referência a expulsar a milícia do Hospital.
Parece que foi aí que Bebianno mexeu onde não devia, pois ter responsabilidade indireta em um caso de laranja nem seria notado pelo clã dos Bolsonaros.
Porém, desafiar milicianos é algo muito grave. Sabemos das ligações de um filho de Bolsonaro com a milícia da Zona Oeste do Rio.
Mas, pelo jeito, o problema é mais complexo, uma vez que o Hospital de Bonsucesso é dominado pelos milicianos da Zona Norte, o que gera a especulação de que os filhos do presidente possam ser um elo de ligação entre grupos milicianos.
O Presidente pediu ao seu serviçal de plantão Sérgio Moro para investigar os demais casos de laranjas amplamente divulgados pela mídia? Não! Ao contrário: nas redes sociais, o Presidente preferiu desqualificar a mídia que noticiou os fato e, no caso de Bebianno, ele e o filho o escracharam publicamente.
Esse comportamento poderia ser interpretado como um recado aos membros do Governo: não mexem com os milicianos!
Para nós, brasileiros, isso é milhões de vezes mais grave que o caso de desvio de verba eleitoral: se essas hipóteses se confirmarem, podemos estar diante de um processo de supressão das liberdades e direitos.
Dessa vez, não por uma ditadura militar, mas por outra muito pior, a ditadura das milícias.
Bem, é algo grave, sim, porém, o Ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, esteve no centro de um caso idêntico, e inclusive nesse episódio esse Ministro estava diretamente envolvido no caso de repasse ilegal da verba de campanha.
E o que aconteceu com ele? Foi prestigiado pelo Presidente com declaração de total confiança. Vale lembrar que é público e notório que o atual governo não tem problema algum com "laranjas", já que o próprio filho do Presidente tem um laranjal a perder de vista.
Então, por que essa fritura pública de Bebianno? Não é estranha uma reação tão feroz se, em casos semelhantes, foram complacentes e coniventes?
Há pouco mais de uma semana, Bebianno esteve no Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio e, em reunião com o Diretor do Hospital, declarou guerra à milícia que, há algum tempo, tomou conta desse hospital, onde, na prática, são eles quem dirigem a entidade, determinando tudo o que lá pode ser feito, até quem e em qual ordem será operado.
Paralelamente a milícia cobra por todos os procedimentos executados no hospital, que é público. Em um vídeo que circulou pela internet, Bebianno faz declarações duras como "ou aprende pela dor ou pelo amor" ao Diretor do Hospital, em referência a expulsar a milícia do Hospital.
Parece que foi aí que Bebianno mexeu onde não devia, pois ter responsabilidade indireta em um caso de laranja nem seria notado pelo clã dos Bolsonaros.
Porém, desafiar milicianos é algo muito grave. Sabemos das ligações de um filho de Bolsonaro com a milícia da Zona Oeste do Rio.
Mas, pelo jeito, o problema é mais complexo, uma vez que o Hospital de Bonsucesso é dominado pelos milicianos da Zona Norte, o que gera a especulação de que os filhos do presidente possam ser um elo de ligação entre grupos milicianos.
O Presidente pediu ao seu serviçal de plantão Sérgio Moro para investigar os demais casos de laranjas amplamente divulgados pela mídia? Não! Ao contrário: nas redes sociais, o Presidente preferiu desqualificar a mídia que noticiou os fato e, no caso de Bebianno, ele e o filho o escracharam publicamente.
Esse comportamento poderia ser interpretado como um recado aos membros do Governo: não mexem com os milicianos!
Para nós, brasileiros, isso é milhões de vezes mais grave que o caso de desvio de verba eleitoral: se essas hipóteses se confirmarem, podemos estar diante de um processo de supressão das liberdades e direitos.
Dessa vez, não por uma ditadura militar, mas por outra muito pior, a ditadura das milícias.
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