Às urnas, cidadãos
Delacroix, "A Liberdade guia o povo", Museu do Louvre
Como todo empreendimento bem-sucedido o Golpe tem muitos autores.
A Rede Globo e seus anões no PiG.
A Vara do Moro.
O Supremo, desde o mensalão.
A Procuradoria Geral da República, desde o mensalão.
A Polícia Federal sem chefe.
Os empresários que roubam até pato de plástico.
O PMDB.
Ao vencedor as batatas, enquanto o eleitor não se manifestar.
E o maior derrotado foi o cidadão brasileiro.
(Enquanto não voltar a votar.)
E quem escreveu a partitura para a orquestra Golpista?
O governo trabalhista.
Quem não enfrentou o Golpe?
Com medo da Globo?
O Governo Dilma e seu inepto Ministro da Justiça - só ela o contrataria para Advogado Geral... - achavam que o objetivo do Moro era combater uma corrupção que não subiria a rampa do Palácio.
Dura lex sed lex no cabelo só Gumex, disse o Ministro da Justiça quando o José Dirceu foi enforcado no domínio do fato.
O Moro não quer acabar com a corrupção, mas com o Lula.
O Governo acreditou em "republicanismo", ao escolher ministros e procuradores.
Porque se iludiu com a suposta Democracia brasileira.
Uma "democracia" que consegue conviver com a Globo - e sua fidedigna expressão, o Bolsonaro, que também apoiou a ditadura.
Vamos com calma, amigo navegante: quem anistiou o Ustra não foi Bolsonaro.
Foi o Supremo!
O Governo contribuiu com o Golpe também ao ganhar a eleição e aplicar o programa derrotado - para a perplexidade dos eleitores que ganharam a eleição.
Vamos falar sério: o Golpe já houve.
E o que houve foi um recall não escrito.
A Câmara dos Deputados é resultado da deslavada aplicação de dinheiro empresarial na eleição.
Mas, ela também reflete, em parte, o sentimento do eleitor.
A galera não queria o Golpe mas também não queria a Economia da Dilma.
A galera não estava feliz com a Petrobras pós-Gabrielli.
O Governo trabalhista - esse e o do Lula - escreveu essa partitura.
A questão não é Moral.
A Dilma não roubou nem pedalou.
Na Petrobras se rouba desde os imaculados tempos do General Geisel - o Ministro Ueki poderia discorrer sobre isso com minuciosos detalhes.
O Golpe não precisou se reunir nas catacumbas do Fasano, com a Madre Superiora, para articular o Golpe, em nome de Deus.
O Golpe caminhou solto, cada ator de seu lado e, todas as noites, intocada, financiada com verbas públicas, todas as noites a Globo dava coerência aos movimentos aparentemente autônomos.
A Globo regia.
E o Governo escrevia a partitura do que a Globo tornava lógico, articulado, como se fosse a Filarmônica de Berlim.
Assistimos a uma sinfonia inacabada.
Sem a genialidade de Schubert.
Às urnas, cidadãos!
Em tempo: sobre a contratação do zé para Advogado Geral, não precisava ir longe. Bastava consultar o Daniel Dantas para saber que ele não ganha uma mísera causa. Aqui e na Itália.
Paulo Henrique Amorim