Assassinos de Marielle estão devidamente mortos
Chico Otávio descreve "queima da arquivo"
publicado
13/04/2018
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A Polícia do Rio breve "solucionará" o homicídio (Reprodução)
Do Globo Overseas, por Chico Otávio e Vera Araújo:
Marielle: 30 dias após o crime, polícia aposta fichas em comparações de digitais
Trinta dias depois do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes, a equipe da Polícia Civil que apura o crime aposta suas fichas em um trabalho de comparação de digitais. Vestígios encontrados numa das balas usadas no duplo homicídio serão confrontados com marcas dos dedos de dois homens mortos esta semana. Ambos eram suspeitos de ligação com grupos criminosos da Zona Oeste. Investigadores suspeitam que houve uma “queima de arquivo”.
No último domingo, o líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria, o Alexandre Cabeça, de 37 anos, foi executado com vários tiros dentro de um carro na localidade da Boiúna, na Taquara. Ele era colaborador de Marcello Siciliano (PHS), um dos vereadores chamados pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil para prestarem depoimentos sobre Marielle. No boletim da ocorrência feito pela PM, consta que Alexandre Cabeça era conhecido como chefe da milícia da comunidade Lote Mil.
Além de Alexandre Cabeça, o subtenente reformado da PM Anderson Cláudio da Silva, de 48 anos, executado terça-feira à noite no Recreio, terá as digitais comparadas com a encontrada na bala usada no ataque que resultou na morte da vereadora e de seu motorista. Ele foi atingido por dezenas de tiros de pistolas e fuzis no momento em que entrava em seu carro, um BMW blindado, na Praça Miguel Osório. A polícia suspeita que ele tinha envolvimento com a contravenção.
— Os homicídios de Marielle e Anderson estão tendo uma investigação criteriosa, pois se trata de um caso complexo, e a cada dia a Polícia Civil avança. A sociedade pode confiar de que terá uma resposta — disse o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa. (...)
Em tempo: Chico Otávio é um dos derradeiros remanescentes da atividade jornalística na Globo Overseas, onde predominam aqueles que o Mino Carta chama de "piores que os patrões". Chico, por exemplo, foi pioneiro na descrição das canalhices do Eduardo Cunha, quando Cunha ainda trabalhava com e para a Globo. - PHA