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Ayres Britto: Moro no Governo compromete a imagem do Judiciário

Big Ben de Propriá queria uma quarentena...
publicado 01/11/2018
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Por Natália Portinari, no Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Moro no governo compromete imagem do Judiciário, diz Ayres Britto


Para o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, a saída do juiz Sergio Moro dos quadros do Poder Judiciário para se tornar ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro compromete "a boa imagem social do próprio Judiciário", que deve zelar pela separação e independência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

— O Judiciário se define pelo desfrute de uma independência que não pode ser colocada em xeque. Os magistrados devem manter o máximo de distância dos outros dois poderes. Isso não parece rimar com o "espírito da coisa" de um membro do Judiciário pedir exoneração e já se transportar, com mala e bagagens, para um cargo do Poder Executivo.

Ele afirma que, mesmo que a lei brasileira não determine um prazo de quarentena para que um juiz possa se tornar ministro do Executivo federal, deve prevalecer nesse caso uma "cautela", ditada pelo bom senso, "para não comprometer nem a independência do magistrado nem o conceito social do próprio Poder Judiciário".

— Esse tipo de mudança de camisa, tão rapidamente, projeta no inconsciente coletivo, no seio da coletividade, uma imagem pouco favorável dos membros do Poder Judiciário. Ele poderia se candidatar e entrar no Legislativo, mas aí não seria uma coisa tão instantânea. Ele se desligaria voluntariamente do Judiciário e iria disputar no Legislativo.

(...)

Em tempo: o Conversa Afiada trata o ex-Ministro Ayres Brito por Big Ben de Propriá. Consulte o trepidante ABC do C Af para saber o porquê.

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