Bahia: Juíza solta racista presa em flagrante
E se fosse uma negra?
publicado
08/01/2018
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Acusada de racismo é conduzida por policiais militares para a Central de Flagrantes (Foto: Leitor CORREIO)
Do Correio da Bahia:
Dentista que cometeu racismo ganha liberdade provisória
A dentista Heloisa Onaga Kawachiya, flagrada cometendo crime de racismo no sábado (6), numa delicatessen da Pituba, teve a liberdade provisória concedida neste domingo (7). A juíza Luciana Amorim Hora acatou o argumento de que a ré é primária e não apresenta antecedentes criminais. Luciana acrescenta que, segundo a defesa, "a flagranteada padece de transtorno mental de natureza incurável".
(...) Heloisa foi presa no sábado (6), ao se recusar a ser atendida por funcionários negros na Delicatessen Bonjour, na Rua São Paulo, na Pituba. A dentista havia passado a noite sob custódia. (...)
O chamado policial foi atendido por um grupamento que precisou conter a fuga da agressora, e durante a tentativa de condução à delegacia, um sargento da PM, que preferiu não se identificar, foi ignorado por ser negro. “Todas as vezes que tentava conversar, ela subia o vidro do carro, daí quando um colega de pele clara se aproximava e fazia uma tentativa de diálogo, ela aceitava”, relatou o PM. (...)
Antes, o Conversa Afiada publicou:
Bahia: racismo da cliente e do PiG
Se a cliente fosse negra...
O Conversa Afiada reproduz do Correio da Bahia:
Cliente é presa após se recusar a ser atendida por negros na Pituba
Uma mulher aparentando ter cerca de 60 anos foi presa, na tarde deste sábado (6), em uma delicatessen do bairro da Pituba, em Salvador, após se recusar a ser atendida por dois funcionários do estabelecimento, que são negros. A agressora e as vítimas foram ouvidas no início da noite. Ela segue custodiada na Central de Flagrantes da Polícia Civil.
O fato aconteceu na delicatessen Bonjour, na Rua São Paulo. A cliente se recusou a ser atendida pelos funcionários Daniel Pereira da Silva, 23 anos, e Ubiratan Santos Souza, 22. Daniel, que trabalha no restaurante há 3 anos, diz que o fato se repetiu algumas vezes ao longo dos últimos seis meses.
“Nunca tratamos ela de forma diferente, ela dizia que não queria ser atendida por ‘pretos’, não queria que tocássemos nos talheres dela. Me senti realmente humilhado pois acho que nenhum ser humano deve ser tratado dessa maneira”, afirmou.
Ubiratan relatou que a cliente só aceitava ser atendida por pessoas de pele clara e ignorava qualquer tentativa de assistência por negros. “Sempre que nos aproximávamos, ela virava as costas, fazia de conta que não tinha ninguém ali falando com ela. Se um colega de cor mais clara se aproximasse, ela aceitava o atendimento. Dessa vez foi necessário uma outra cliente se revoltar com a atitude dela para que a polícia fosse chamada”, lembrou.
O chamado policial foi atendido por um grupamento que precisou conter a fuga da agressora, e durante a tentativa de condução à delegacia, um sargento da PM, que preferiu não se identificar, foi ignorado por ser negro. (...)