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Bolsonaristas acampados em SP se medicam com cloroquina e antipulgas

"Não vá no pronto socorro porque até seu caixão já foi comprado"
publicado 20/05/2020
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(Redes Sociais)

Uma estarrecedora reportagem publicada nesta quarta-feira 20/V detalha a rotina de cerca de 60 militantes bolsonaristas acampados próximo à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para se manifestar a favor de Jair Bolsonaro e contra o governador João Doria (PSDB).

"Antes mesmo de o governo Jair Bolsonaro (sem partido) mudar o protocolo de tratamento da Covid-19 e ampliar o uso da cloroquina também para casos leves da doença nesta quarta-feira (20), bolsonaristas já vinham se automedicando com hidroxicloroquina, azitromicina e invermectina diante dos primeiros sintomas respiratórios. Os medicamentos, receitados por um grupo de 'médicos do bem', e comprados em grandes quantidades, são distribuídos aos apoiadores do presidente", diz a matéria.

Um dos casos relatados é o de Marley Oliver, de 33 anos, que conta ter sentido febre, forte dor de cabeça e no corpo, perda de paladar e olfato no fim abril. Sem fazer teste para Covid-19 ou buscar ajuda em um hospital, ela recebeu um mix das três substâncias. "Um vai passando pro outro [os comprimidos]. É uma corrente do bem. No segundo dia já senti melhora e depois de quatro dias fiquei totalmente perfeita", afirma ela.

A Folha também publicou o relato da advogada Eliane Maffei, de 53 anos. Segundo ela, vários colegas bolsonaristas têm tomado cloroquina "na clandestinidade". "Está um Deus nos acuda, cada um por si. Eu tive sintomas e ouvi de um amigo médico: 'não vá no pronto socorro porque até seu caixão já foi comprado'", diz.

Ela conta que em 10/IV começou a tossir e deixou perdeu o olfato. No mesmo dia, tomou por conta própria o remédio antiparasitário (usado contra vermes e parasitas, como piolhos, pulgas, sarna e filariose em humanos e em animais) invermectina, que ainda está sendo testado contra o coronavírus. "Em 48h, passou. Se os hospitais estivessem dando cloroquina e invermectina, não estaríamos tendo tantas mortes", afirma.