Bolsonaro e Noronha, do STJ: um amor correspondido
(Antonio Cruz/Agência Brasil)
Em sua coluna no Globo desta sexta-feira 10/VII, o jornalista Bernardo Mello Franco trata da decisão tomada na véspera pelo ministro João Otávio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu prisão domiciliar a Fabrício Queiroz.
"Numa canetada no plantão judiciário, Noronha mandou soltar o faz-tudo da família Bolsonaro. Com isso, removeu a principal ameaça à sobrevivência política do governo. Preso, o ex-PM era pressionado pela família a negociar uma delação. Solto, manterá o silêncio que protege o clã presidencial", escreve o colunista.
Mello Franco lembra, também, a relação entre Noronha e o presidente da República. "Em cerimônia no Planalto, Jair Bolsonaro abriu o coração para o ministro João Otávio de Noronha. 'Confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista', desmanchou-se. O flerte foi correspondido. Fisgado pelo capitão, o presidente do STJ se tornou seu fiel escudeiro no Judiciário".
Mello Franco vai além:
"Noronha não nega fogo. Em fevereiro, ele derrubou decisões de duas instâncias que barravam a posse do chefe da Fundação Palmares. Em maio, repetiu o expediente para livrar Bolsonaro de apresentar exames médicos à imprensa. Em junho, o jornal 'O Estado de S. Paulo' informou que o ministro atendeu aos desejos do presidente em 87,5% dos pedidos ao tribunal. Ele prestou muitos favores, mas nenhum se compara ao de ontem: um habeas corpus salvador para Fabrício Queiroz".