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Bolsonaro é o maestro da guerra de ódio no Brasil!

José Carlos Dias: não podemos permitir que isso prospere
publicado 10/08/2019
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O Conversa Afiada reproduz um trecho da entrevista de José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2000) ao Brasil de Fato

(...) Esse clima de violência parte do presidente da República?

Sim, ele é o maestro dessa guerra de ódio. É ele que está alimentando a intolerância e o ódio. Ele desmontou a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos e nomeou pessoas que defendem a ditadura.

A ditadura é uma coisa absurda, e hoje temos pelo menos essa liberdade de estar aqui conversando e dando essa entrevista. O que eu quero dizer é que não está havendo respeito às pessoas: há uma violência nas coisas que estão sendo ditas, na maneira como está sendo tocado o Brasil.

(...)

O Brasil tem pela primeira vez, desde a redemocratização, um presidente que exalta a ditadura. Qual o peso histórico dessa constatação?

Todos os presidentes anteriores [após a redemocratização] foram atingidos pela ditadura. Isso é terrível de se ver. Não podemos permitir que isso prospere.

É possível analisar como chegamos a esse ponto?

A campanha eleitoral se deu pelas redes sociais. Ele [Bolsonaro] fugiu de debates sob pretexto de não ter condições de saúde, porque foi esfaqueado. Isso ajudou que ele fosse eleito. Agora, estamos pagando o preço.

Eu disse que depois do primeiro turno eu iria votar no Haddad, e que só Bolsonaro me faria votar no PT. Eu não tenho nenhuma sintonia com o PT, mas votei no Haddad e fiz uma proclamação pública junto com um número grande de pessoas. Entregamos um manifesto para o Haddad. Eu disse ao Haddad que ele tinha que ter ido procurar o Fernando Henrique, o Ciro [Gomes]… enfim, para tentar uma união de todas essas forças contra o Bolsonaro, mas eles quiseram ficar isolados e com isso acabamos perdendo no segundo turno.

(...)

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