Bolsonaro insiste em mandar o povo para a morte
(Aroeira)
Por Fernando Brito, do Tijolaço - A médica Debora Brix, coordenadora do grupo de resposta ao Covid-19 do Governo Trump disse que, apesar dos 500 mil infectados no país e das quase 20 mil mortes, a epidemia “ainda não atingiu seu pico” nos EUA.
A Grã-Bretanha – 74 mil casos e nove mil mortes – “ainda não atingiu o pico do Covid-19, o que permitiria uma redução das restrições de movimento”, segundo o ministro da Saúde Matt Hancock, falando hoje à BBC.
No Brasil, onde, pela falta de testes, sequer se sabe como estamos, o presidente da República, informa Monica Bergamo na Folha, insiste em preparar uma lista de atividades que ficariam fora das já fraquejantes restrições à circulação baixadas pelos governos dos estados.
Um de seus auxiliares, numa piadinha macabra, diz que a lista estudada de exclusões era tão vasta que “daqui a pouco até zona de prostituição vão considerar essencial”.
Jair Bolsonaro, enquanto negaceia com a edição do “decreto da morte”, encarrega-se ele próprio de subverter a quarentena, passeando na rua e cumprimentando pessoas depois de esfregar a mão no nariz.
Parece que aqui já atingimos o pico: o pico da estupidez, erigido no Planalto, onde se levanta a bandeira da desumanidade.
Invoca as necessidades dos mais pobres – as que ele se arrasta para prover – como justificativa para que as pessoas voltem a circular no comércio, na contramão do mundo, como na contramão andou na sua ridícula propaganda de drogas milagrosas.
Enquanto era ó sermos uma chacota no mundo, vá lá, há como nos recuperarmos.
Mas nada recuperará milhares de vidas perdidas pelas suas ordens e acenos para que as pessoas finjam que nada acontece e mergulhem numa atmosfera virótica e se matem pelo deus Dinheiro.