Bolsonaro promete torturar ministro pego em corrupção
O presidente Jair Bolsonaro é um confesso admirador do regime militar.
Ele já disse que defender o AI-5, como fizeram seu ministro Paulo Guedes e seu filho Eduardo 03, é uma mera questão de "liberdade de expressão".
Recentemente, fez "piada" sobre mandar opositores para a "Ponta da Praia", em referência ao centro de repressão da Marinha do Brasil, e recebeu a viúva do torturador Ustra no Palácio do Planalto.
O próprio Bolsonaro é uma viúva do coronel Ustra: em abril de 2016, ele dedicou seu voto pelo Golpe dos canalhas e canalhas à memória do torturador.
Reprodução: TV Câmara
Não é nenhuma novidade. Em 1999, ele defendeu abertamente a tortura em entrevista a um programa da Bandeirantes.
Reprodução: Bandeirantes
Nem na ditadura militar os presidentes elogiavam a tortura em público.
Nesta quinta-feira 12/XII em Palmas, no Tocantins, Bolsonaro recomendou um novo uso para o pau de arara, um dos métodos de tortura favorito dos militares.
"Pode ser que haja corrupção no meu governo? Sim, pode ser que haja. Pode ser que haja e o governo não saiba. (...) Se aparecer, boto no pau de arara o ministro, se ele tiver responsabilidade, obviamente. Às vezes, lá na ponta da linha, está um assessor fazendo besteira sem a gente saber. Mas isso é obrigação nossa, é dever", disse Jair Bolsonaro.
Além de amor às armas, ele também nutre sentimentos pela tortura...
O discurso foi transmitido via satélite pela Radiobrás.
Obviamente, não se combate um crime - a corrupção - com apologia à tortura.
Mas e os casos de corrupção do próprio governo Bolsonaro?
O laranjal do ministro Álvaro Antonio, do Turismo?
Ou as denúncias da ex-diretora da APEX?
E as rachadinhas do Queiroz e dos filhos Flávio Bolsonaro e Carluxo?
Será que a ameaça à "Ponta da Praia" vale para eles, também?
Em tempo: segundo um projeto de lei do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), apologia à ditadura e ao regime militar passa a ser crime!
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